SYDNEY (Reuters) - Mísseis de alcance intermediário dos Estados Unidos não serão instalados na Austrália, disse o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, nesta segunda-feira, depois que os EUA relevaram planos de posicionar mísseis na região Ásia-Pacífico.
No final de semana, autoridades dos dois governos realizaram reuniões em Sydney que resultaram em um comunicado conjunto no qual os dois aliados se comprometeram a intensificar a oposição a atividades chinesas na região Ásia-Pacífico, uma vez que EUA e Austrália estão cada vez mais preocupados com a influência crescente da China.
Durante as conversas, o secretário da Defesa dos EUA, Mark Esper, falou da esperança de instalar mísseis na Ásia-Pacífico nos próximos meses, na esteira da saída de seu país de um tratado de controle de armas histórico na semana passada.
Os comentários de Esper levaram à especulação de que se pediu à Austrália que hospede os mísseis, mas Morrison negou que qualquer pedido tenha sido feito e disse que sua nação o recusaria se ele fosse feito no futuro.
"Não nos foi pedido, não está sendo cogitado, não nos foi proposto. Acho que posso dar o assunto por encerrado", disse Morrison aos repórteres em Brisbane, a capital estadual de Queensland.
O aumento recente das tensões entre Washington e Pequim em relação ao comércio e aos direitos de navegação no Mar do Sul da China e no Estreito de Taiwan deixou a Austrália em uma posição delicada -- os EUA são seu maior aliado, e a China seu maior mercado de exportação.
Na semana passada, Pequim descreveu os esforços australianos para melhorar o relacionamento bilateral como "insatisfatórios".
A Austrália receia que a China esteja usando a ajuda estrangeira para obter mais influência sobre países pequenos do Pacífico que controlam grandes extensões oceânicas ricas em recursos.
A Austrália, tradicionalmente a maior potência do Pacífico Sul, prometeu mais de 2,03 bilhões de dólares em subsídios e empréstimos baratos para se contrapor ao que os EUA descrevem como "diplomacia de empréstimos de curto prazo" da China.
(Por Colin Packham)