BEIRUTE (Reuters) - Uma autoridade da oposição da Síria disse que a frágil cessação das hostilidades que entrou em vigor no sábado caminha para uma "anulação completa" por causa de ataques do governo que ele afirma terem violado o acordo concebido por Estados Unidos e Rússia.
Os países que apóiam o processo de paz da Síria vão se reunir às 15h desta segunda-feira em Genebra (horário local), e a França exigiu informações sobre os ataques que teriam violado a cessação das hostilidades.
Asaad al-Zoubi, chefe da delegação do oposicionista Comitê de Alta Negociação, que tem apoio da Arábia Saudita, disse que a trégua desmoronou antes de começar, segundo relatou a rede de televisão Al Arabiya.
"Não estamos diante de uma violação da trégua... estamos diante de uma anulação completa", afirmou, acrescentando que "temos alternativas para proteger nosso povo" se a comunidade internacional não puder fazê-lo.
"Acredito que a comunidade internacional fracassou totalmente em todos seus experimentos, e que precisa adotar medidas reais e práticas em relação ao regime", disse Zoubi, sem entrar em detalhes.
Ele acrescentou não haver "indicadores" de que se esteja preparando conversas de paz, que a Organização das Nações Unidas (ONU) disse pretender retomar no dia 7 de março.
As conversas do início de fevereiro em Genebra desandaram antes mesmo de começarem, já que os rebeldes afirmaram não poderem negociar enquanto estivessem sendo bombardeados.
Desde que a cessação das hostilidades entrou em vigor, aviões de guerra do governo sírio e de Moscou alvejaram áreas em várias províncias do oeste da Síria, de acordo com monitores do conflito. No sábado, uma fonte militar síria disse que o Exército não cometeu nenhuma violação.
A mídia estatal da Síria disse que grupos armados dispararam dezenas de tiros de morteiro na província de Latakia no domingo, mas rebeldes da área negaram os relatos.
(Por John Davison, Mariam Karouny, Tom Perry e Ali Abdelatti)