LONDRES (Reuters) - O principal negociador da Rússia em conversações com a Ucrânia disse nesta sexta-feira que eles estão progredindo no tema da desmilitarização do país, mas não na exigência de Moscou de "desnazificar" sua vizinha.
Vinte e dois dias depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, e após uma série de conversas pessoalmente e por videoconferência, Vladimir Medinsky disse que os dois países estão "no meio do caminho" sobre a questão da Ucrânia adotar status neutro.
"Sobre a desnazificação, a situação é bastante estranha porque nossos colegas ucranianos do outro lado da mesa consideram que não há formações nazistas na Ucrânia e isso não é um problema na Ucrânia moderna", afirmou ele.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro no que o presidente Vladimir Putin chamou de operação especial para reduzir as capacidades militares de sua vizinha do sul e erradicar pessoas que chamou de nacionalistas perigosos.
A Ucrânia e o Ocidente rejeitam os objetivos declarados de desmilitarizar e "desnazificar" o país como pretexto para uma guerra contra um país com um presidente judeu democraticamente eleito, Volodymyr Zelenskiy.
Medinsky disse que a Rússia continuará levantando o assunto nas negociações, dizendo que a Ucrânia abriga "formações militares nazistas permitidas" com seu próprio simbolismo, treinamento e ideologia.
"Acho que definitivamente vamos voltar a essa questão de novo e de novo", disse.
Zelenskiy, por sua vez, afirmou que é a Rússia que está se comportando como os nazistas ao causar a destruição de cidades ucranianas em uma guerra que matou milhares de pessoas e forçou milhões a fugir de suas casas.