Por Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) - O compromisso assumido pelo governo da Colômbia e as Farc de assinarem um acordo para encerrar o conflito armado dentro de seis meses deve fazer com que um segundo grupo guerrilheiro colombiano, o ELN, abra negociações para garantir uma paz estável e definitiva, disse o ministro do Interior.
O Exército de Libertação Nacional (ELN) mantém conversas de paz esporádicas com o governo do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, há seis meses, mas ainda que as partes tenham relatado avanços, não foi decidida a abertura de uma negociação formal, que seria separada das conversas com as Farc.
"Tomara que o ELN entenda isso como uma oportunidade para baixar as armas, deixar de gerar tanta violência na Colômbia e juntar-se a este esforço coletivo de paz, de todos os colombianos", disse o ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, em uma entrevista à Reuters por telefone.
Se esse grupo rebelde, que entra em confrontos constantes com as Forças Armadas nas selvas colombianas e lança ataques contra a infraestrutura econômica, decidir não negociar, deverá enfrentar uma pesada ofensiva militar, advertiu o ministro.
"Sem dúvida, eu creio que o ELN tem demorado, relutante em sua decisão de começar uma etapa formal de diálogo com o Estado colombiano para se chegar a um acordo de paz", disse Cristo, que admitiu que uma negociação com essa guerrilha é necessária para alcançar a paz plena no país.
"A paz completa na Colômbia, a paz integral, a construímos quando se avança também em um processo junto com o Exército de Libertação Nacional", afirmou.
O governo e as Forças Armadas Evolucionárias da Colômbia (Farc) alcançaram na quarta-feira em Havana um acordo sobre questões de justiça, superando um dos maiores entraves das negociações de paz iniciadas há três anos.