Por Phil Stewart
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos disseram no domingo que realizaram outra rodada de ataques aéreos contra uma milícia apoiada pelo Irã no Iraque e na Síria, desta vez em reação a ataques de drone da milícia contra efetivos e instalações norte-americanos no Iraque.
Em um comunicado, os militares dos EUA disseram ter mirado instalações de operações e armazenamento de armas em duas localidades da Síria e uma localidade do Iraque, sem revelar se acreditam que alguém foi morto ou ferido, mas autoridades disseram que avaliações estão em andamento.
Milícias iraquianas alinhadas ao Irã identificaram quatro membros da facção Kataib Sayyed al-Shuhada que, segundo informaram em comunicado, morreram no ataque na fronteira sírio-iraquiana. As milícias prometeram retaliar.
Os ataques ocorreram sob a direção do presidente dos EUA, Joe Biden, a segunda vez que ele ordenou ataques retaliatórios contra uma milícia apoiada pelo Irã desde que tomou posse, cinco meses atrás. Biden ordenou ataques limitados na Síria em fevereiro, naquela ocasião em reação a ataques de foguetes no Iraque.
"Como demonstrado pelos ataques desta noite, o presidente Biden deixa claro que agirá para proteger efetivos dos EUA", disse o Pentágono em um comunicado.
Os ataques aconteceram apesar de o governo Biden estar visando uma potencial retomada do acordo nuclear de 2015 com o Irã. A decisão de revidar parece mostrar a abordagem pretendida por Biden de realizar tais ataques defensivos, ao mesmo tempo que busca engajar Teerã na diplomacia.
Os críticos de Biden dizem que o Irã não é confiável e apontam os ataques de drone como mais um indício de que o regime e as forças que atuam em seu nome jamais aceitarão uma presença militar norte-americana no Iraque ou na Síria.
O Irã pediu aos EUA que evitem "criar uma crise" na região.
"Certamente, o que os Estados Unidos estão fazendo é transtornar a segurança na região, e uma das vítimas deste transtorno será os Estados Unidos", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Saeed Khatibzadeh, nesta segunda-feira.
Em um sinal aparente de que Bagdá está determinada a não ser arrastada a uma escalada no conflito entre EUA e Irã, os militares do Iraque divulgaram uma repreensão rara aos ataques norte-americanos. Os militares do Iraque e dos EUA mantêm uma coordenação próxima em uma batalha separada em solo iraquiano, combatendo remanescentes do grupo sunita extremista Estado Islâmico.
(Reportagem adicional de Steve Holland em Washington e John Davison em Bagdá)