ISMAÍLIA/CAIRO (Reuters) - Um avião russo com 224 passageiros caiu neste sábado na península do Sinai, no Egito. A informação foi confirmada pelo órgão egípcio da aviação civil. Uma autoridade que foi até o local disse que aparentemente o acidente matou a maioria dos passageiros.
O Airbus A321 da companhia russa Kogalymavia voava do balneário egípcio de Sharm el-Sheikh para São Petersburgo, quando caiu em uma desolada região montanhosa no centro da península do Sinai logo após o amanhecer, disse o Ministério da Aviação.
A autoridade de segurança que foi até o local disse à Reuters por telefone que as equipes de busca ouviram vozes em uma seção da aeronave.
"Agora vejo uma cena trágica. Um monte de mortos no chão e muitos morreram ainda atados a seus assentos", afirmou o oficial, que pediu anonimato.
"O avião foi dividido em dois, uma parte pequena na extremidade da cauda que queimou e uma parte maior que colidiu com uma rocha. Tiramos pelo menos 100 corpos e o resto ainda está no interior", acrescentou.
O Sinai é local de insurgência de militantes que apoiam o Estado Islâmico. Os rebeldes mataram centenas de soldados e policiais egípcios e também atacaram alvos ocidentais nos últimos meses.
A Rússia lançou ataques aéreos contra grupos de oposição síria, incluindo o Estado Islâmico, no dia 30 de setembro. O ministro da Aviação Civil, Mohamed Hossam Kemal, disse que ainda é cedo para determinar as causas do acidente, mas as forças de segurança disseram não ver indícios imediatos de que o Airbus tenha sido abatido ou que tenha explodido.
PREMIÊ VAI ATÉ O LOCAL
O primeiro-ministro egípcio, Sherif Ismail, estava a caminho do local com vários ministros em um avião particular, disse o Ministério do Turismo.
Uma emissora de televisão russa mostrou imagens de parentes e amigos desesperados em busca de informações no aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo.
O A321 está em serviço desde 1994 e existem mais de 1.100 em operação no mundo, com um histórico de segurança considerado bom. É uma aeronave altamente automatizada e que usa computadores para ajudar os pilotos a conduzi-la.
O acidente deste sábado é o segundo com vítimas fatais envolvendo essa variante da família do A320, de acordo com os dados da Flight Safety Foundation.
A Airbus disse que não tinha informações independentes sobre a queda e se negou a comentar o acidente.
O avião decolou às 5:51 do horário local e desapareceu dos radares 23 minutos depois, afirmou o Ministério da Aviação em comunicado. A aeronave estava a uma altitude de 31 mil pés (9.400 metros) quando sumiu da tela dos radares.
(Por Yusri Mohammed e Ahmed Mohamed Hassan)