Por Andrew Osborn e Mike Collett-White
LONDRES (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores do Azerbaijão rejeitou uma demanda da Armênia para fornecer garantias especiais de segurança para cerca de 120 mil armênios étnicos que vivem no enclave Nagorno-Karabakh antes de uma nova rodada de negociações de paz, dizendo que eles estão suficientemente protegidos.
Nagorno-Karabakh, reconhecido internacionalmente como parte do Azerbaijão, tem sido uma fonte de conflito entre os dois vizinhos do Cáucaso desde os anos que antecederam o colapso da União Soviética em 1991, e entre armênios étnicos e azeris turcomanos por mais de um século.
Após intensos combates e um cessar-fogo mediado pela Rússia, o Azerbaijão assumiu em 2020 áreas que eram controladas por armênios étnicos dentro e ao redor do enclave montanhoso.
Desde então, os dois lados vêm discutindo um acordo de paz no qual chegariam a um acordo sobre fronteiras, resolveriam diferenças sobre o enclave e descongelariam as relações.
No que parecia ser um avanço, o primeiro-ministro Nikol Pashinyan teria dito no mês passado que a Armênia reconheceu que Karabakh fazia parte do Azerbaijão, mas queria que Baku fornecesse as garantias para sua população.
Em entrevista à Reuters, no entanto, o ministro das Relações Exteriores do Azerbaijão, Jeyhun Bayramov, disse que tal garantia era desnecessária e que a demanda equivalia a uma interferência nos assuntos do Azerbaijão.
"Não aceitamos tal pré-condição ou pretextos da República da Armênia por uma série de razões", afirmou ele.
"O fundamental é o seguinte: esta é uma questão interna, soberana. A constituição do Azerbaijão e uma série de convenções internacionais das quais o Azerbaijão é parte fornecem todas as condições necessárias para garantir os direitos desta população."
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075)) REUTERS FC