BRASÍLIA, (Reuters) - O candidato do PSDB ao Planalto não poupou críticas às três últimas gestões petistas nesta quarta-feira, prometendo mais previsibilidade e transparência nas ações de seu governo, caso seja eleito.
"O que o Brasil mais anseia, o que os analistas de mercado, o que os investidores em especial esperam é um governo que estabeleça regras absolutamente claras", disse o candidato em sabatina organizada conjuntamente pelo jornal Folha de S.Paulo, portal UOL, rádio Jovem Pan e Rede SBT.
"Uma palavra-chave do nosso governo será previsibilidade em absolutamente todas as áreas."
De acordo com o candidato tucano, segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto atrás da presidente Dilma Rousseff que tenta a reeleição, o país vive uma crise de "credibilidade" perante investidores.
Para combatê-la, o senador e ex-governador de Minas Gerais pretende adotar uma "política fiscal absolutamente transparente e ao mesmo tempo austera".
"Eu acredito firmemente que nós vamos encontrar o caminho da retomada do crescimento da nossa economia a partir do resgate da crise de falta de credibilidade que existe."
O candidato acredita ainda que uma eventual vitória em outubro possa causar um efeito inverso ao observado no mercado quando o Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito pela primeira vez, ocasião em que havia um clima de incerteza sobre que posições o novo presidente adotaria.
"Uma vitória do PSDB gerará um efeito inverso, estou absolutamente convencido", declarou nesta quarta.
O mineiro não poupou críticas ao governo de Lula e principalmente ao da presidente Dilma Rousseff, especialmente na área econômica, atacando o baixo crescimento do país, a inflação, e ainda a maneira como a atual gestão tem calculado o superávit primário. Aécio não especificou, no entanto, que medidas pretende tomar para reverter o quadro.
O candidato afirmou também que pretende rediscutir o modelo de partilha, criado no governo Lula para a exploração do petróleo da camada do pré-sal, e ainda a previdência pública, sem também se aprofundar em detalhes. [nL2N0PR1OB]
Também negou ter qualquer "constrangimento" em adotar ou ampliar os programas sociais, uma das principais bandeiras do PT.
Ao ser questionado sobre a utilização do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso em sua campanha de forma explícita, algo que candidatos anteriores do PSDB evitaram fazer, Aécio afirmou que nada "tem dado tanta alegria" quanto "a companhia do presidente Fernando Henrique".
"Ele não só vai participar da campanha como já está participando", disse, relatando conversas constantes com o ex-presidente.
Na véspera o terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto para presidente, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, participou da mesma sabatina. Segundo nota publicada no site da Folha de S.Paulo, ainda não há confirmação da participação da presidente Dilma Rousseff.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)