Por Rahul Bhatia
(Reuters) - Amiruddin Shah foi descrito como o "Billy Elliot" da Índia –um jovem amante da dança de origem humilde que realiza grandes feitos nos palcos de balé.
A comparação é estranhamente apropriada. Shah, filho de 16 anos de um soldador de metal, ousou abandonar os estudos alguns anos atrás para perseguir seus sonhos de bailarino.
Agora ele recebeu um convite da Escola Jacqueline Kennedy Onassis do American Ballet Theatre da cidade de Nova York para um curso de quatro anos.
E tudo por causa de um vídeo.
Alguns meses atrás, Yehuda Maor, que treina Shah na Academia de Artes Performáticas Danceworx de Mumbai, enviou à diretora artística da escola um vídeo de Shah dançando.
A diretora, Cynthia Harvey, se empolgou com o que viu e insistiu para que Shah rejeitasse uma oferta da rival Royal Ballet School de Londres e se inscrevesse no programa pré-profissional de sua escola.
Na opinião de Maor, Shah, o mais novo de cinco irmãos, tem um talento extremamente raro.
"Não acredito em reencarnação, mas se acreditasse ele é Rudolf Nureyev", disse Maor, referindo-se ao bailarino lendário.
Não muito tempo atrás, Shah estava em um tipo de escola diferente, administrada pela municipalidade de Mumbai. Ele estudou até o ensino secundário, mas disse que "não estava mais interessado na escola".
Maor decidiu entrar em cena, se inscreveu no Twitter e desde então escreveu oito vezes pedindo assistência financeira para Shah e outro dançarino talentoso.
Os apelos trouxeram, entre outras coisas, uma leva de repórteres e fotógrafos ao estúdio de dança, um desdobramento que aborrece Maor.
"Estamos tentando trabalhar aqui", disse a dois repórteres antes de afastá-los.