RIO DE JANEIRO (Reuters) - Palco das provas de vela da Olimpíada de 2016, a Baía de Guanabara voltou a receber nesta quarta-feira barcos para a retirada de resíduos flutuantes após quase quatro meses sem o serviço, como parte dos esforços de limpeza do local que representa uma preocupação para atletas e o Comitê Olímpico Internacional (COI).
Notoriamente poluída, com acúmulo de detritos em certos pontos que fazem lembrar um lixão a céu aberto, a baía tinha um projeto que previa tratar 80 por cento do esgoto lançado em suas águas até a Olimpíada, o que não será cumprido a tempo, de acordo com o governo estadual do Rio de Janeiro.
O objetivo das autoridades agora é garantir a limpeza ao menos das raias olímpicas, com o uso dos chamados "ecobarcos" para remover parte do lixo flutuante e a instalação de "ecobarreiras" para isolar a área.
Um evento-teste entre 15 e 22 de agosto no local será uma prova para a qualidade da água, que frequentemente é alvo de críticas dos velejadores que treinam na baía. Esse mesmo mutirão de limpeza realizado antes de outro teste ocorrido na mesma época do ano em 2014 surtiu efeito e a água estava melhor.
Parte fundamental na proposta de candidatura do Rio de Janeiro como sede dos Jogos, a baía foi descrita como "um dos principais símbolos naturais do Rio" e representaria "um novo patamar de preservação da qualidade das águas para as próximas gerações", mas o amplo programa de despoluição não foi levado em frente como proposto.
O serviço com os barcos fora interrompido em março deste ano por problemas no pagamento por parte do Estado e foi retomado nesta quarta após um novo acordo fechado pela Secretaria de Estado do Ambiente com as empresas responsáveis.
Em junho, o presidente do COI, Thomas Bach, disse que a entidade ainda está preocupada com a poluição da água da Baía de Guanabara a pouco mais de um ano de o Rio receber os Jogos Olímpicos.
(Por Caio Saad e Pedro Fonseca)