Por Henriette Chacar
JERUSALÉM (Reuters) - O político de extrema-direita Itamar Ben-Gvir será o ministro da Segurança Nacional de Israel sob um acordo de coalizão com o partido Likud, do primeiro-ministro designado Benjamin Netanyahu, no que deve ser o governo mais à direita da história do país.
O acordo ocorre depois que a aliança de direita de Netanyahu obteve uma vitória confortável nas eleições parlamentares deste mês, a quinta de Israel em menos de quatro anos.
Netanyahu continua dialogando com outros três partidos sobre a formação do novo governo.
"Demos um grande passo (ontem à noite) em direção a um acordo de coalizão completo, para formar um governo totalmente de direita", disse Ben-Gvir, líder do partido Poder Judaico, em um comunicado.
Ben-Gvir, condenado em 2007 por incitação racista contra árabes e por apoiar um grupo considerado por Israel e pelos Estados Unidos como uma organização terrorista, terá um portfólio de segurança ampliado que incluirá a responsabilidade pela Polícia de Fronteira na Cisjordânia ocupada.
O Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina disse que a nomeação terá um "impacto potencialmente catastrófico no conflito israelo-palestino" e impedirá o renascimento das negociações entre os dois lados.
Hazem Qassem, porta-voz do grupo islâmico Hamas que governa Gaza, disse que o acordo de Ben-Gvir com Netanyahu significa que o novo governo em Israel será "mais fascista e extremista".
O partido de Ben-Gvir também assumirá os ministérios encarregados do desenvolvimento nas regiões do Negev e da Galileia, o Ministério do Patrimônio e um cargo de vice no Ministério da Economia, bem como a presidência do Comitê de Segurança Pública do Knesset, o Parlamento israelense.
(Reportagem de Henriette Chacar; Reportagem adicional de Ali Sawafta e Nidal al-Mughrabi)