Por Helen Cahill
BERLIM (Reuters) - Autoridades alemãs suspenderam planos para escavar uma cabeça de granito de 3,5 toneladas de Vladimir Lenin para expor em um museu de Berlim, por causa de preocupações logísticas e do custo, disseram os organizadores da exibição e a imprensa local.
A cabeça era parte de uma famosa estátua de 19 metros de altura do líder comunista, fundador do Estado soviético. Ela foi demolida em 1991, dois anos após a queda do Muro de Berlim, e quebrada em 129 partes, e então enterrada em uma floresta nos arredores da cidade.
Monumentos das eras nazista e comunista da Alemanha devem ser expostos em 2015 no Spandau Citadel, uma fortaleza no oeste da cidade, junto a outros artefatos que datam dos tempos prussianos, em uma exposição de monumentos políticos impopulares.
"O departamento de proteção a monumentos acredita que não seja possível encontrar a localização da cabeça", disse a organizadora da exibição, Andrea Theissen. "Isso não é verdade, nós sabemos onde está."
Não havia ninguém da prefeitura para comentar sobre o assunto, mas o jornal Berliner Zeitung citou um representante municipal, Joerg Haspel, dizendo que a cabeça não deve ser exibida sem as outras partes do corpo.
"O local da cabeça e de outras partes não podem ser precisamente indicados", disse Haspel ao jornal, acrescentando que desenterrar todos eles exigiria "escavações amplas", que elevariam muito os custos totais do projeto.
O impasse ressalta a dificuldade da Alemanha para lidar com os problemas do passado. Após 1989, os berlinenses derrubaram muitas lembranças do governo comunista na ex-Alemanha Oriental, mas nos últimos anos houve muitos pedidos para que eles fossem redescobertos.
"Todo mundo conhece essa cabeça, então é claro que queremos nessa exibição", disse Theissen.