Lula assina nesta segunda-feira decreto que regulamenta Lei da Reciprocidade, diz Rui Costa
Assim como os preços do boi gordo, as cotações da carne bovina subiram nos últimos meses. Considerando as médias no atacado, segundo o Cepea, a carcaça teve alta de 2,1% em julho, 1,9% em agosto e 9,6% em setembro, aqui considerando as comparações das médias mensais.
Nos mesmos meses, o frango congelado teve recuo de 0,7% (julho), seguido por altas de 1,6% e 1,7% em agosto. As valorizações foram mais sutis que as observadas para o boi gordo, o que poderia influenciar na opção entre as proteínas?
Vamos analisar sob uma perspectiva mais longa, mas antes vamos separar o dianteiro da carcaça. Isso porque o efeito de substituição pela carne de frango é mais sentido pelas carnes de menor valor agregado, como as de dianteiro.
Em outras palavras, se o motivo for o preço, é mais fácil ocorrer a substituição de um almoço com acém por um com sobrecoxa, do que a substituição de uma picanha pela carne de frango. Aqui considerando o impacto de preços sobre a opção de consumo. Em julho, o dianteiro teve alta de 2,2%, recuou 0,3% em agosto e em setembro subiu 9,6%.
Agora veja a figura 1, que mostra a relação entre o preço das carnes de dianteiro e frango no atacado.
Figura 1. Relação entre o preço do dianteiro e frango congelado no atacado.
Fonte: CEPEA / Elaboração: HN AGRO
Em setembro, a relação entre as carnes no atacado ficou em 2,1 quilos de frango por quilo de dianteiro. Quanto maior esse valor, mais competitiva está a carne de frango frente ao dianteiro bovino.
Perceba no gráfico que a relação está “pior”, do ponto de vista de competitividade do dianteiro, apenas que em 2023.
Observando o histórico, apesar de a relação estar subindo na direção de superar os mesmos períodos dos últimos anos (piorando para o boi), estamos falando de patamares menores (melhores para o boi) que em boa parte do gráfico.
A média de todo o período é 2,3 quilos de carne de frango por quilo de dianteiro. Ou seja, na média de setembro, a carne bovina ainda está 8,7% mais competitiva que na média desde 2021.
Para a carcaça suína, a relação média de setembro foi de 1,2 quilo de carcaça suína por quilo de dianteiro. Essa relação está 15,5% menor que no mesmo mês de 2023, ou seja, a competitividade da carne bovina está em alta. O valor médio (desde 2014) para esta relação é de 1,4 quilo de carcaça suína por quilo de dianteiro. Com isso, o cenário está 14,3% melhor que a média, para o dianteiro.
Para os próximos meses, temos um momento sazonal de mais dinheiro disponível, pelas contratações temporárias e décimos terceiros salários, o que colabora com o escoamento doméstico, se somando às exportações e à questão da competitividade.