Por Trevor Hunnicutt
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai viajar à terra natal do reverendo Martin Luther King Jr, Atlanta, nesta terça-feira, para estimular um projeto de reforma de direito ao voto, após novas leis estaduais que, segundo ativistas, podem afastar os eleitores negros das urnas.
Seu discurso, que será feito após o de sua vice Kamala Harris na historicamente negra Universidade Black Clark de Atlanta e Morehouse College, acontece enquanto os democratas se preparam para eleições duras de meio de mandato que podem retirar deles a maioria no Congresso e qualquer chance de fazer alterações federais às leis de votação.
O discurso marca o segundo aviso de Biden nas últimas semanas sobre a saúde da democracia norte-americana. No dia 6 de janeiro, o democrata atacou a "rede de mentiras" do ex-presidente republicano Donald Trump sobre as eleições de 2020, culpando-o pelo ataque violento ao prédio do Congresso dos EUA um ano atrás.
Trump continua dizendo que fraudes eleitorais causaram sua derrota por mais de 7 milhões de votos para Biden em 2020, apesar de recontagens e investigações não encontrarem evidências para confirmar sua afirmação. Desde então, parlamentares republicanos em 19 Estados aprovaram dezenas de leis para complicar o ato de votar. Críticos dizem que as medidas afetam minorias de maneira desproporcional.
Biden quer construir o apoio público a reformas para fortalecer o direito ao voto, o Ato de Liberdade do Voto e o Ato de Avanço dos Direitos de Votação John Lewis. Ambos os projetos murcharam diante da oposição dos republicanos, que argumentam que as reformas vão impor padrões nacionais questionáveis sobre as eleições que são administradas de maneira local.
"Os próximos dias, quando esses projetos forem votados, irão marcar um ponto de virada para esta nação", dirá Biden em seu discurso marcado para terça-feira, de acordo com trechos fornecidos pela Casa Branca.
(Reportagem de Trevor Hunnicutt; Reportagem adicional de Merdie Nzanga e Richard Cowan)