Por Kanishka Singh
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que discutirá a questão dos direitos humanos com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, nesta quinta-feira, depois que ativistas e parlamentares progressistas de seu Partido Democrata o instaram a levantar a questão publicamente.
"Estou ansioso para discutir como podemos fortalecer nossa parceria e construir um futuro juntos, digno de nossos dois povos, baseado na democracia, direitos humanos, liberdade e Estado de Direito", disse Biden na Casa Branca, sentado ao lado de Modi. O líder indiano, que falava principalmente em hindi e apareceu com um tradutor, acenou com a cabeça após as palavras de Biden.
Os pedidos aumentaram nos últimos dias para que Biden levantasse publicamente o que os ativistas classificam como a deterioração do histórico de direitos humanos na Índia.
Os comentários de Biden não criticaram diretamente a Índia ou Modi. A importância da Índia para os EUA para fazer frente à China torna difícil para Washington criticar a situação dos direitos humanos na maior democracia do mundo, dizem analistas.
O presidente norte-americano estendeu o tapete vermelho da Casa Branca para Modi na quinta-feira, como parte de seu esforço para iniciar um relacionamento mais forte entre os EUA e a Índia.
As duas únicas mulheres muçulmanas membros do Congresso dos EUA -- as deputadas Ilhan Omar e Rashida Tlaib -- juntamente com a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, disseram separadamente que vão boicotar o discurso de Modi ao Congresso na quinta-feira, citando alegações de abuso de dissidentes e minorias indianas, especialmente muçulmanos.
O senador norte-americano Bernie Sanders também disse que o "nacionalismo hindu agressivo" de Modi "deixou pouco espaço para as minorias religiosas da Índia".
O governo indiano diz que suas políticas visam o bem-estar de todas as comunidades e que aplica a lei igualmente.
(Reportagem de Kanishka Singh em Washington)