Por Andrea Shalal e Steve Holland
PLAINS, Estados Unidos (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, marcou seu centésimo dia de governo com uma viagem ao Estado da Geórgia nesta quinta-feira, para visitar o ex-presidente Jimmy Carter e promover seus planos de gastar trilhões de dólares para reconstruir a economia norte-americana.
Após chegarem à Geórgia, o presidente democrata e a primeira-dama Jill Biden se deslocaram de carro até a pequena cidade de Carter, Plains, cerca de 240 quilômetros ao sul de Atlanta.
Eles se reuniram com Carter, também democrata que foi presidente entre 1977 e 1981, e sua esposa, a ex-primeira-dama Rosalynn Carter. Biden é amigo próximo e aliado político de Carter, que aos 96 anos é o presidente norte-americano a viver mais tempo. Ambos os casais já estão vacinados contra o coronavírus.
Depois de um período de viagens limitadas por causa da pandemia da Covid-19, Biden está aumentando o cronograma de viagens após seu primeiro pronunciamento a uma sessão conjunta do Congresso na quarta-feira. Ele participará de um comício drive-in próximo a Atlanta ainda na quinta-feira, e paradas adicionais em estilo de campanha também são planejadas na Pensilvânia e na Virgínia nos próximos dias.
Durante discurso ao Congresso, Biden pediu que os norte-americanos apoiem seu plano de investir um total de 4 trilhões de dólares em famílias e em infraestrutura para reconstruir a classe média do país.
Biden disse que seus planos irão gerar milhões de empregos com bons salários e trilhões de dólares em produção econômica nos próximos anos, ao mesmo tempo em que busca reverter décadas de racismo sistêmico.
O ex-presidente Donald Trump, que foi derrotado por Biden nas eleições de novembro do ano passado, expressou preocupação sobre os aumentos de impostos sobre corporações que Biden quer para financiar seus planos.
Trump, que alertou durante sua campanha para uma "depressão de Biden", previu em uma entrevista ao programa "Mornings with Maria", do canal Fox Business Network, que os impostos mais altos levariam algumas empresas a saírem do país.
O Partido Democrata da Geórgia anunciou que Biden vai aparecer no comício "Colocando a América de volta nos trilhos", em Duluth, 48 quilômetros ao norte de Atlanta.
Biden também deve se reunir com os dois senadores democratas eleitos na Geórgia, Raphael Warnock e Jon Ossoff, cuja vitória no Estado tradicionalmente inclinado aos republicanos garantiu o controle do Senado pelos democratas. O presidente também irá se encontrar com a prefeita de Atlanta, Keisha Lance Bottoms.
Biden venceu na Geórgia nas eleições presidenciais de novembro, tornando-se o primeiro democrata a fazê-lo em 28 anos.
A Geórgia se tornou um ponto crítico em uma batalha nacional pelos direitos de votação.
Mais de 100 empresas norte-americanas, ligas esportivas e ativistas de direitos civis se pronunciaram contra restrições ao direito de voto aprovadas pelo parlamento estadual da Géorgia.
Biden se opôs fortemente às restrições aprovadas na Geórgia, classificando-as como "doentes" e "não-americanas".
Medidas semelhantes estão sendo consideradas em outros Estados controlados pelos republicanos, onde apoiadores utilizam as afirmações falsas de Trump sobre fraudes nas eleições de 2020 para impulsionar mudanças que, segundo eles, são necessárias para aprimorar a integridade das eleições.