Por Simon Lewis e Steve Holland
REHOBOTH BEACH, Delaware/WASHINGTON (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, solidificou a vitória sobre o presidente Donald Trump, nesta sexta-feira, depois que o Estado da Geórgia entrou para sua lista de triunfos, deixando Trump com pouca esperança de reverter o resultado por meio de contestações judiciais e recontagens.
A Edison Research, que fez a projeção, também indicou que a Carolina do Norte, o único outro Estado crucial que ainda conta os votos, irá para Trump, finalizando a contagem com 306 votos para Biden e 232 para Trump no Colégio Eleitoral.
Os números deram a Biden, um democrata, uma retumbante vitória sobre o republicano Trump no Colégio Eleitoral, igualando os 306 votos que Trump conquistou para derrotar Hillary Clinton no triunfo de 2016, que o republicano chamou de "avassalador".
Embora Trump ainda não tenha admitido a derrota, representantes de Biden reiteraram que estão avançando com os esforços de transição.
Apesar de o voto popular nacional não determinar o resultado da eleição, Biden estava à frente por mais de 5,3 milhões de votos, ou 3,4 pontos percentuais. A porcentagem que ele tinha no voto popular, de 50,8%, era ligeiramente superior à de Ronald Reagan na eleição de 1980, quando ele derrotou Jimmy Carter.
Trump tem argumentado, sem apresentar provas, que houve uma fraude eleitoral generalizada e se recusa a admitir a derrota.
Autoridades eleitorais estaduais não relataram nenhuma irregularidade grave e várias das contestações jurídicas do presidente fracassaram nos tribunais.
Para ganhar um segundo mandato, Trump precisaria reverter a liderança de Biden em pelo menos três Estados, mas até agora não conseguiu apresentar evidências de que poderia fazê-lo em qualquer um deles.
Os Estados têm um prazo até 8 de dezembro para certificar suas eleições e escolher eleitores para o Colégio Eleitoral, que oficialmente selecionarão o novo presidente em 14 de dezembro.
Uma corte estadual de Michigan rejeitou na sexta-feira um pedido de Trump para impedir a certificação de votos em Detroit, que votou fortemente a favor de Biden, e os advogados da campanha de Trump retiraram um processo no Arizona depois que a contagem final dos votos o tornou discutível.
Autoridades de segurança eleitoral federal não encontraram evidências de que qualquer sistema de votação excluiu ou perdeu votos, mudou votos, "ou de alguma forma comprometeu" a eleição, disseram dois grupos de segurança em um comunicado divulgado na quinta-feira pela principal agência de segurança cibernética dos EUA.
TRANSIÇÃO
Representantes de Biden disseram que avançariam com a transição, identificando as prioridades legislativas, revisando as políticas das agências federais e se preparando para preencher milhares de cargos no novo governo.
"Estamos avançando com a transição", afirmou Jen Psaki, consultora sênior da equipe de transição de Biden, em uma teleconferência na sexta-feira, enfatizando que Biden ainda precisa de "informações em tempo real" da administração Trump para lidar com a pandemia e ameaças à segurança nacional.
Psaki fez um apelo à Casa Branca para permitir que Biden e a vice-presidente eleita, Kamala Harris, recebam briefings diários de inteligência sobre potenciais ameaças em todo o mundo.
“A cada dia que passa, torna-se mais preocupante que nossa equipe de segurança nacional e o presidente eleito e a vice-presidente eleita não tenham acesso a essas análises de ameaças, briefings de inteligência, informações em tempo real sobre nossos compromissos pelo mundo", disse Psaki.