Por Jonathan Landay e Mark Hosenball
WASHINGTON (Reuters) - Pouco depois de comparar as agências de espionagem dos Estados Unidos a nazistas, Donald Trump tentou aparar as arestas em seu primeiro dia completo como presidente norte-americano.
Em 21 de janeiro de 2017, Trump prometeu "muito apoio" antes de fazer um discurso com ares de campanha inflando o público de sua cerimônia de posse e atacando a "mídia desonesta".
O gesto marcou o início de um relacionamento tumultuado com seus serviços de espionagem, durante o qual Trump denegriu seus líderes, rejeitou suas conclusões, indicou seguidores para o lugar de autoridades graduadas que discordavam dele e consentiu com o uso de segredos de governo para atacar oponentes políticos.
Agora o presidente eleito, Joe Biden, e seus escolhidos para comandar as agências de espionagem precisam consertar o estrago, recuperando tanto a confiança quanto o moral dentro das agências e suas relações com o Congresso e a Casa Branca, disseram autoridades norte-americanas antigas e atuais.
"Os problemas que temos com a inteligência foram em função das exigências de Donald Trump de que a inteligência sirva seus interesses políticos", disse Peter Welch, democrata do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados.
A Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário.
Na quinta-feira, senadores republicanos destacados pedirem que Biden comece a receber informes de inteligência, mas a recusa de Trump de reconhecer a derrota eleitoral está travando a prática de transição.
Se o atraso durar mais de um mês, "então temos que nos preocupar" com o impacto na segurança nacional, disse Lawrence Pfeiffer, chefe de gabinete do ex-diretor da CIA Michael Hayden.
Biden acumulou anos de experiência de trabalho com agências de espionagem como vice do presidente Barack Obama e como membro e presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado.
(Reportagem adicional de Steve Holland e Arshad Mohammed)