Por Trevor Hunnicutt e John Whitesides
(Reuters) - O candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, fará nesta terça-feira sua primeira visita de campanha do ano à Flórida, onde pesquisas de opinião mostram uma disputa acirrada com o presidente Donald Trump em meio a sinais de queda no apoio do eleitorado hispânico essencial do Estado, que é um dos mais importantes da eleição.
Faltando menos de 50 dias para a eleição de 3 de novembro, a campanha de Biden está tentando superar as preocupações a respeito do entusiasmo dos latinos da Flórida, além de uma campanha de desinformação que tenta pintar o democrata moderado como um socialista.
Uma pesquisa NBC News/Marist recente mostrou os dois postulantes à Casa Branca em uma corrida apertada na Flórida, e Trump com uma vantagem de quatro pontos sobre Biden entre a população latina --grupo que a democrata Hillary Clinton conquistou em 2016. Outras enquetes mostraram Biden liderando entre os hispânicos do Estado, mas ainda aquém do apoio angariado por Hillary.
Trump tirou a Flórida de Hillary por somente 1,2 ponto percentual, o que ajudou a levá-lo à Presidência. Seu progresso entre os hispânicos da Flórida é impulsionado por sua força junto aos cubano-norte-americanos conservadores, um bloco de inclinação republicana que ele cortejou durante o mandato.
"Está claro que houve alguma hemorragia do apoio hispânico, principalmente cubano-americanos", disse a senadora estadual democrata Annette Taddeo, uma colombiana-norte-americana. "Os republicanos trabalharam muito, muito duro e mantiveram uma presença constante."
Os ataques republicanos contínuos na tentativa de retratar Biden, o vice-presidente de Barack Obama, como socialista também cobraram seu preço, disseram democratas da Flórida. No mês passado, a convenção republicana recebeu Maximo Alvarez, um empresário do Estado nascido em Cuba que comparou a plataforma de Biden às promessas do comandante comunista Fidel Castro.
Alguns democratas da Flórida disseram ter percebido um aumento acentuado de vídeos, comentários em redes sociais e textos alertando falsamente que Biden é socialista e incitando outras teorias conspiratórias contra democratas.
Ana Hernandez, auditora de transportes de 63 anos oriunda de Miami e cubano-norte-americana cuja família imigrou para os Estados Unidos em 1964 para escapar do comunismo, disse que não pode apoiar os democratas por eles serem muito à esquerda.
"Prefiro ficar com o que temos do que virar comunista", afirmou.
(Reportagem adicional de Michael Martina e Chris Kahn)