Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Dois bispos da China continental devem participar de uma importante encontro no Vaticano no próximo mês, disseram autoridades nesta quinta-feira, em um sinal positivo após as recentes tensões entre a Santa Sé e Pequim.
Os dois bispos foram escolhidos por seus colegas bispos na China, o que significa que provavelmente tiveram a aprovação do governo comunista, que exerce grande influência sobre a Igreja Católica chinesa.
Os dois são Anthony Yao Shun, de Jining, e Joseph Yang Yongqiang, de Zhoucun, disseram autoridades.
Após terem sido propostos pela igreja local, o papa Francisco os nomeou como dois de seus indicados pessoais para a reunião de um mês dos bispos, conhecida como sínodo.
Espera-se que eles participem de todo o sínodo. Dois outros bispos chineses foram autorizados pelo governo a participar de outro sínodo pela primeira vez em 2018, mas não permaneceram durante toda a reunião.
Um bispo de Hong Kong participará, assim como um de Taiwan, que Pequim reivindica como seu território.
Pequim tem seguido uma política de "sinicização" da religião, tentando eliminar as influências estrangeiras e impor obediência ao Partido Comunista Chinês.
Um acordo histórico de 2018 entre o Vaticano e a China sobre a nomeação de bispos tem sido, na melhor das hipóteses, tênue, com o Vaticano reclamando que Pequim o violou várias vezes.
Há dois meses, o Vaticano repreendeu Pequim por não consultar sobre a transferência de dois bispos de uma diocese para outra.
Durante sua viagem neste mês à Mongólia, que tem uma longa fronteira com a China, Francisco fez várias aberturas a Pequim, em aparentes esforços para superar as recentes tensões.
Em um evento, ele chamou os chineses de um povo "nobre" e pediu aos católicos da China que fossem "bons cristãos e bons cidadãos".
O Sínodo de 4 a 29 de outubro está sendo preparado há dois anos, durante os quais os católicos de todo o mundo foram questionados sobre sua visão do futuro da Igreja.