Por Pedro Fonseca
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou nesta segunda-feira que a Copa do Mundo no Brasil foi "excepcional" dentro de campo e deu nota 9,25 à competição, mas não fez comentários sobre a organização do Mundial encerrado no domingo.
"Foi uma Copa do Mundo muito especial, o que faz dessa Copa do Mundo tão especial dessa vez é o futebol, a qualidade do futebol, a intensidade dos jogos", disse Blatter em entrevista coletiva no Maracanã, um dia após a vitória da Alemanha sobre a Argentina por 1 x 0 na final realizada no estádio.
"Não se pode comparar com outras Copas do Mundo porque cada Copa do Mundo tem a sua própria história. Essa Copa do Mundo, dentro de campo, foi excepcional. A próxima Copa do Mundo terá a barra muito elevada no nível do futebol", acrescentou.
Ao contrário do Mundial de 2010 na África do Sul, em que críticos lamentaram a baixa qualidade dos jogos, a Copa do Brasil brindou os espectadores com ótimas partidas desde o início até a final.
Mesmo na disputa do título, um jogo tradicionalmente tenso, Argentina e Alemanha fizeram uma partida recheada de chances de gol de ambas as partes, vencida pelos alemães com um gol de Mario Goetze no segundo tempo da prorrogação.
Apesar dos atrasos nos preparativos do Brasil para o Mundial, especialmente nas obras de infraestrutura e de estádios, a competição transcorreu sem maiores problemas, tendo como principal incidente a queda de um viaduto em obra em Belo Horizonte que deveria ter ficado pronto antes da Copa, que resultou na morte de duas pessoas.
Sem elogiar ou criticar a organização brasileira, Blatter disse que o Brasil evoluiu em relação à África do Sul, quando deu nota 9 à primeira Copa do Mundo realizada no continente africano.
"Eu estive calculando durante a última noite... e de um total de 10 chegamos a 9,25. Melhoramos, o Brasil melhorou desde a África do Sul, mas a perfeição na existe", disse o dirigente.
CAMPANHA CONTRA RACISMO
Blatter afirmou, no entanto, que não ficou satisfeito com a campanha contra o racismo na Copa e que precisará ser reforçada para o Mundial de 2018, na Rússia.
O dirigente afirmou que já comentou sobre a necessidade de se aprimorar a luta contra o racismo com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. O presidente russo veio ao Brasil para assistir à final do Mundial.
"Não fiquei plenamente satisfeito com a questão do racismo e conversei com o presidente Putin que precisamos reforçar isso em 2018", disse ele a jornalistas no balanço final sobre o Mundial.
O presidente da Fifa disse ainda que recebeu uma mensagem de apoio do papa Francisco, que teria ficado satisfeito com a conexão entre os povos proporcionada pela Copa, mas frisou que o pontífice estava triste com o vice-campeonato da Argentina.
O presidente da Fifa agradeceu ainda ao povo brasileiro e às cidades-sede pela festa promovida durante o Mundial.
(Com reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier)