Por Brian Homewood
ZURIQUE (Reuters) - O presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse nesta sexta-feira que os políticos devem deixar de interferir no futebol e destacou que o Mundial de 2018 poderia estabilizar a situação na Rússia, apesar dos reiterados pedidos por um boicote ao torneio.
"Tem ocorrido uma interferência cada vez maior (no futebol) com casos na África, na Europa e na América do Sul... e por isso fiz o comitê executivo tomar uma medida que significa, em resumo, deixem de interferir no futebol", disse Blatter em entrevista coletiva.
Os comentários do dirigente foram feitos depois que o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, pediu na segunda-feira a seus aliados que boicotem o Mundial de 2018 se a Rússia não retirar tropas de seu país.
"A Copa do Mundo de 2018 será realizada na Rússia, sem dúvida", afirmou Blatter. "Eles estão trabalhando muito duro, e um boicote a um Mundial ou a qualquer evento esportivo nunca gerou uma boa solução", acrescentou.
"Pelo contrário, (a Copa) permitirá estabilizar a situação nessa região da Europa", acrescentou.
Blatter também acusou o Parlamento Europeu. "Falo de interferência quando o Parlamento Europeu pede que se boicote uma Copa do Mundo", afirmou.
"Primeiro, há três ou quatro meses, era um boicote ao Mundial do Catar, agora pedem um boicote ao Mundial da Rússia, isso é uma interferência direta", acrescentou.
O comitê executivo da Fifa reiterou as declarações de Blatter.
"Em resposta a vários casos de interferência polícia, o comitê executivo, que reitera a necessidade de se respeitar a legislação nacional, pede que se acabe com a interferência de instituições políticas nos temas das instituições que administram o futebol", afirmou o organismo em nota.