Por Simon Evans
(Reuters) - O presidente da Fifa, Joseph Blatter, que já enfrenta uma investigação criminal dos promotores suíços, agora pode enfrentar o escrutínio da sua própria organização, caso encontrem evidências, de acordo com o procedimento de ética da Fifa.
Na sexta-feira, o Gabinete do Procurador-Geral da Suíça anunciou que abriu uma investigação criminal contra Blatter, sob suspeita de má gestão e apropriação indébita.
Blatter, que nega essas denúncias, não foi preso nem indiciado, e o chefe de investigações éticas da Fifa, Cornel Borbely, examinará os fatos do caso antes de decidir se começa uma investigação formal contra Blatter.
A ação da procuradoria de iniciar uma investigação criminal contra Blatter é o último episódio a atingir a entidade que administra o futebol mundial. Em maio, 14 dirigentes do futebol e executivos do marketing esportivo foram indiciados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por várias acusações de corrupção.
Um porta-voz de Borbely disse que o investigador estava proibido, pelas regras de Fifa, de discutir detalhes específicos de qualquer caso em particular, mas ofereceu um esboço do processo padrão.
"Se há fatos na mesa, o senhor Borbely não hesitará por um segundo em abrir uma investigação preliminar", disse o porta-voz à Reuters, no final da sexta-feira.
A investigação preliminar não seria anunciada formalmente e consistiria primariamente de uma busca por evidências --o que no caso de Blatter envolveria pedir mais informações à procuradoria suíça.
"Quando as investigações preliminares nos levam às evidências, há uma investigação formal", disse.
Em casos anteriores, autoridades colocadas sob investigações formais foram suspensas das atividades com o futebol até que a investigação fosse concluída.
Para complicar a situação, Blatter já avisou que deixará a Fifa quando um novo presidente for eleito, em 26 de fevereiro. Se ele for suspenso antes disso, o camaronês Issa Hayatou seria, como o vice-presidente mais sênior, o chefe interino da entidade.
Com a Fifa estudando várias propostas de reformas antes do congresso de fevereiro, a ascensão de Hayatou, que é visto por alguns dentro da entidade como relutante às mudanças, poderia ser um obstáculo às reformas. OLBRSPORT Reuters Brazil Online Report Sports News 20150926T205834+0000