Por Humeyra Pamuk e Kiyoshi Takenaka e Ju-min Park
TÓQUIO (Reuters) - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, alertou a China nesta terça-feira sobre o uso de "coerção e agressão", procurando usar sua primeira viagem ao exterior para reforçar alianças asiáticas diante da assertividade crescente de Pequim.
As amplas reivindicações territoriais da China nos mares do Leste e do Sul da China se tornaram uma questão prioritária em um relacionamento sino-norte-americano cada vez mais tenso, e são uma fonte de preocupação considerável para o Japão.
"Reagiremos, se necessário, quando a China usar coerção e agressão para se impor", disse Blinken.
Sua visita a Tóquio com o secretário da Defesa, Lloyd Austin, é a primeira de membros de alto escalão do gabinete do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao exterior. Ela acontece na esteira da cúpula de líderes do grupo Quad, formado por EUA, Japão, Austrália e Índia, na semana passada.
Os comentários de Blinken chegam antes de conversas no Alasca na quinta-feira que reunirão pela primeira vez autoridades graduadas do governo Biden e suas contrapartes chinesas para debater os laços fragilizados entre as duas maiores economias do mundo.
Washington critica o que chamou de tentativas de Pequim de intimidar vizinhos com interesses conflitantes. Já a China repudia o que classifica como esforços dos EUA para fomentar tumultos na região e interferir no que considera seus assuntos internos.
No comunicado emitido com seus equivalentes japoneses, Blinken e Austin disseram: "O comportamento da China, quando incompatível com a ordem internacional existente, apresenta desafios políticos, econômicos, militares e tecnológicos à aliança e à comunidade internacional".
Os dois países se comprometeram a se opor à coerção e ao comportamento desestabilizador contra outros da região, o que mina o sistema internacional baseado em regras, acrescentaram.
A reunião foi realizada com o formato "2+2", tendo o ministro das Relações Exteriores japonês, Toshimitsu Motegi, e o ministro da Defesa, Nobuo Kishi, como anfitriões.
A Coreia do Norte teve destaque, já que a Casa Branca disse que Pyongyang refutou tentativas de diálogo. Blinken sublinhou a importância de trabalhar estreitamente com o Japão e a Coreia do Sul para a desnuclearização norte-coreana.
Os ministros ainda debateram o "compromisso inalterável" dos EUA para defender o Japão em sua disputa com a China por ilhotas do Mar do Leste da China e reafirmaram sua oposição às reivindicações chinesas "ilegais" ao Mar do Sul da China.
(Por Humeyra Pamuk, Kiyoshi Takenaka, Ju-min Park, Antoni Slodkowski, Elaine Lies, Chang-Ran Kim, Ritsuko Ando e David Dolan)