Por Simon Lewis e Humeyra Pamuk
WASHINGTON (Reuters) - O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse na quinta-feira que discutirá, durante uma viagem a Israel, "medidas concretas" que devem ser tomadas para minimizar os danos aos civis de Gaza, em meio ao crescente alarme global sobre o aumento de vítimas no bombardeio israelense ao enclave.
Falando a jornalistas antes de partir para sua segunda viagem ao Oriente Médio em menos de um mês, Blinken disse que as discussões também se concentrarão no futuro de Gaza quando e se os militantes palestinos do Hamas forem derrotados, obtenção de mais ajuda humanitária para Gaza e maneiras de garantir que o conflito não se espalhe. Garantir a libertação de mais de 200 reféns sequestrados pelo Hamas será outro tópico da viagem, disse Blinken.
O principal diplomata norte-americano, que visitará a Jordânia depois de Israel antes de ir para a Ásia na próxima semana, reiterou o direito de Israel de se defender, mas disse que tanto o país quanto os EUA têm responsabilidade de garantir proteção dos civis que estejam em perigo.
"Falaremos sobre medidas concretas que podem e devem ser tomadas para minimizar os danos a homens, mulheres e crianças em Gaza, e isso é algo com o qual os EUA estão comprometidos. Não vou entrar em detalhes aqui, mas isso está muito presente na agenda", disse Blinken.
"Quando vejo uma criança palestina, um menino ou uma menina, ser retirado dos escombros de um prédio que desabou, isso me dá um nó no estômago... Portanto, isso é algo a que temos a obrigação de responder, e o faremos", acrescentou.
A última guerra do conflito que já dura décadas começou quando militantes do Hamas atravessaram a fronteira de Gaza com Israel em 7 de outubro. Israel diz que eles mataram 1.400 pessoas, a maioria civis, e fizeram mais de 200 reféns no dia mais mortal de seus 75 anos de história.
O bombardeio subsequente de Israel no enclave palestino de 2,3 milhões de habitantes matou pelo menos 9.061 pessoas, incluindo 3.760 crianças e 2.326 mulheres, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza.
Embora os EUA e outras nações ocidentais tradicionalmente apoiem Israel, as imagens angustiantes de corpos nos escombros e as condições infernais dentro de Gaza provocaram apelos de contenção e protestos de rua em todo o mundo.
Os EUA deram total apoio a Israel, mas o tom e o foco do governo norte-americano mudaram à medida que o número de civis mortos aumentou e a situação humanitária em Gaza se deteriorou.
ISRAEL TEM UMA ESTRATÉGIA DE SAÍDA?
Com o início da ofensiva terrestre israelense, começou a crescer a preocupação sobre se Israel tem uma estratégia de saída ou um plano para o que vem a seguir.
Washington tem conversado com Israel e outros países da região sobre como governar o território palestino se Israel triunfar no campo de batalha, mas ainda não surgiu um plano claro.
No início desta semana, Blinken disse que Washington e outros países estão explorando uma série de opções para o futuro de Gaza, o que, segundo ele, pode incluir agências internacionais e outros países da região, mas não deu mais detalhes.
Nesta quinta-feira, ele disse que isso e, de forma mais ampla, o estabelecimento das bases para um futuro Estado palestino farão parte das conversas com Israel e Jordânia.
"Acho que, compreensivelmente, as pessoas estão muito concentradas no dia de hoje, não apenas no dia seguinte. Mas temos que conversar agora sobre a melhor maneira de estabelecer as condições para uma paz duradoura e sustentável - segurança duradoura e sustentável tanto para israelenses quanto para palestinos", disse ele.