Por Simon Lewis e Humeyra Pamuk
BRUXELAS/WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos trabalham em um processo formal para determinar se a detenção do repórter do Wall Street Journal Evan Gershkovich pela Rússia é "injusta", afirmou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, nesta quarta-feira, acrescentando que na sua opinião, não havia dúvida de que o jornalista tenha sido detido indevidamente.
"É algo em que estamos trabalhando muito deliberadamente, mas também com rapidez. E vou deixar esse processo acontecer", disse Blinken a jornalistas em Bruxelas.
"Na minha opinião, não há dúvida de que ele está sendo detido injustamente pela Rússia, que é exatamente o que eu disse ao ministro das Relações Exteriores (Sergei) Lavrov quando falei com ele no fim de semana e insisti para que Evan fosse libertado imediatamente", disse Blinken.
O serviço de segurança russo FSB disse em 30 de março que prendeu Gershkovich, um cidadão norte-americano, e o acusou de coletar informações sobre uma empresa de defesa russa que seriam segredo de Estado.
O Wall Street Journal negou que Gershkovich estivesse espionando. A Casa Branca considerou "ridícula" a acusação de espionagem, que acarreta uma pena de prisão de até 20 anos.
A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, disse na quarta-feira que conversou com seu colega russo, Vassily Nebenzia, exigindo a libertação imediata de Gershkovich.
A designação de "detido indevidamente" significa que a responsabilidade pelo caso seria transferida do Escritório de Assuntos Consulares do Departamento de Estado para o escritório do Enviado Especial para Assuntos de Reféns, elevando o perfil político da questão, e permitindo que o governo destine mais recursos para garantir a liberação de Gershkovich da prisão.
(Reportagem de Simon Lewis, Humeyra Pamuk e Rami Ayyub)