CINGAPURA (Reuters) - A Boeing disse que um alerta dos sensores de ângulo de ataque (AOA, sigla em inglês) do jato 737 MAX não foi ativado como deveria para alguns clientes, respondendo a relatos de que a companhia não informou à Southwest Airlines e ao regulador dos Estados Unidos que o recurso opcional foi desativado antes do acidente na Indonésia em outubro.
Leituras equivocadas de sensores AOA que fizeram computadores da aeronave direcionar o jato para baixo foram relacionadas às quedas de aviões 737 MAX na Indonésia e na Etiópia, de acordo com relatórios preliminares de investigadores.
A Boeing ofereceu aos clientes dois recursos pagos opcionais relacionados ao AOA. O primeiro foi um alerta de desacordo do AOA, ativado quando os dois sensores discordam, e o segundo foi um indicador que dá aos pilotos uma medida do ângulo real.
A Southwest, maior cliente do 737 MAX, afirmou em novembro à Reuters que o alerta foi instalado e que planejava instalar o indicador após a queda do jato da Lion Air na Indonésia.
O Wall Street Journal publicou no domingo que, sem o conhecimento da Southwest e da Federal Aviation Administration (FAA) dos EUA, os alertas não foram ativados nos jatos 737 MAX da companhia aérea norte-americana.
A Boeing disse na segunda-feira que o alerta de disacordo foi planejado para ser um recurso autônomo no 737 MAX, mas "não funcionava em todos os aviões porque o recurso não foi ativado como pretendido".
"O alerta de disacordo foi relacionado ao indicador de ângulo de ataque, que é uma característica opcional do MAX", disse a Boeing em comunicado. "A menos que uma companhia aérea tenha optado pelo indicador do ângulo de ataque, o alerta de discordância não ficou operacional... A Boeing não desativou intencionalmente o alerta de discordância em seus aviões MAX."
Representantes da Southwest e da FAA não comentaram o assunto de imediato.
(Por Jamie Freed)