LAZ PAZ (Reuters) - O governo da Bolívia informou nesta sexta-feira que uma auditoria sobre a polêmica eleição presidencial do país será concluída no início da próxima semana, o que pode apoiar a vitória do presidente Evo Morales ou abrir a porta para uma nova votação.
Nos escritórios presidenciais de La Paz, o ministro das Relações Exteriores, Diego Pary, disse que a auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA) deve ficar pronta até terça ou quarta-feira. A auditoria ocorre após alegações de fraude nas eleições de 20 de outubro.
A Bolívia está abalada por protestos, greves e bloqueios de estradas há quase três semanas, desde que os eleitores foram às urnas, prejudicando a imagem e a economia do país sul-americano.
Morales, o líder mais antigo da América Latina, venceu a eleição com 10 pontos de vantagem sobre o rival Carlos Mesa, o que lhe garantiu um novo mandato, mas a contagem de votos foi polêmica, tendo sido interrompida por quase um dia.
Mesa, o líder da oposição, pediu ao Congresso na sexta-feira que aprove um projeto de emergência estabelecendo os detalhes de novas eleições, já que Morales prometeu novamente não ceder à crescente pressão para renunciar.
"A direita diz 'Evo tem que renunciar'. Quero dizer a vocês, irmãs e irmãos, para toda a Bolívia e o mundo, que não vou renunciar", disse o socialista Morales em um evento público.
"Somos eleitos pelo povo e respeitamos a Constituição".
A proposta de Mesa, esboçada em uma carta ao chefe do Congresso da Bolívia, pede uma nova eleição antes de o mandato atual de Morales terminar, em 22 de janeiro. Para facilitar isso, ele disse, o país precisa de um novo tribunal eleitoral.
(Reportagem de Daniel Ramos)