LA PAZ (Reuters) - O governo interino da Bolívia sancionou uma lei na quinta-feira que determina que a eleição presidencial adiada seja realizada em 18 de outubro, apesar dos apelos da oposição para que fosse antecipada.
A lei imporia penalidades criminais a qualquer esforço de alterar a data.
As tensões estão fermentando enquanto a nação sul-americana segue para uma repetição da votação disputada de outubro de 2019, que desencadeou protestos e levou o ex-líder Evo Morales a renunciar.
Em julho, o tribunal eleitoral da Bolívia adiou a eleição para 18 de outubro devido à pandemia de coronavírus, mas apoiadores de Morales estão exigindo que ela seja realizada em 6 de setembro. A disputa provocou protestos e bloqueios de estradas.
A nova lei logo foi rejeitada pelo poderoso Centro dos Trabalhadores Bolivianos (COB). O principal líder do COB, Juan Carlos Huarachi, disse que a lei "nunca foi combinada com o povo".
Em um comunicado conjunto, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Europeia expressaram apoio à data oficial.
Os principais concorrentes à eleição são o partido Movimento Ao Socialismo (MAS) de Morales e uma oposição conservadora fragmentada que inclui a presidente interina, Jeanine Añez, que assumiu em meio ao vácuo de poder do ano passado prometendo uma nova eleição em breve.
(Por Reuters TV e Daniel Ramos)