Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente e candidato à reeeleição, Jair Bolsonaro (PL), aproveitou o discurso de abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) para exaltar dados econômicos do Brasil e defendeu um cessar-fogo para a Guerra da Ucrânia.
A doze dias do primeiro turno, Bolsonaro fez uma espécie de balanço da sua gestão. Citou o que chamou de "abrangente" pauta de agenda de concessões e privatizações, medidas para melhorar o ambiente de negócios e a busca de modernizar a economia brasileira, com o avanço para que o Brasil ingresse como membro pleno da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE.
O presidente afirmou que, apesar da crise mundial, a economia brasileira está em "plena recuperação", com emprego em alta, inflação em baixa, ainda que alta de preços tenha aumentado em todo o mundo sob o impacto da pandemia.
Em um discurso doméstico mesmo para uma plateia internacional, Bolsonaro destacou o Auxílio Brasil, programa criado durante a crise sanitária que atende a 20 milhões de famílias, a queda da inflação e do preço da gasolina em mais de 30% desde junho.
"No plano interno, também estamos batendo recordes em três áreas: arrecadação fiscal, lucros das empresas estatais e relação entre dívida pública e PIB. Aliás, em 2021 tivemos superávit no resultado consolidado de contas públicas. O PIB brasileiro aumentou 1,2% no segundo trimestre. A projeção de crescimento para 2022 chega a 3%", disse.
"Temos a tranquilidade de quem está no bom caminho. O caminho de uma prosperidade compartilhada. Compartilhada entre os brasileiros e, mais além, compartilhada com nossos vizinhos e outros parceiros mundo afora", completou.
O presidente também disse que o Brasil já começou a colher a maior safra de grãos da história e defendeu a atuação do governo na área de desenvolvimento sustentável, considerando-o o país como fonte de credibilidade. O Brasil tem sido alvo de fortes críticas pela política ambiental.
CESSAR-FOGO
Bolsonaro defendeu um cessar-fogo imediato para a guerra na Ucrânia, ao citar que o conflito já dura sete meses e gera apreensão não apenas na Europa, mas em todo o mundo. Ele citou o impacto da guerra no preço dos alimentos.
"Temos trabalhado nessa direção. Nas Nações Unidas e em outros foros, temos tentado evitar o bloqueio dos canais de diálogo, causado pela polarização em torno do conflito. É nesse sentido que somos contra o isolamento diplomático e econômico", disse.
O presidente ressaltou que o conflito na Ucrânia serve de alerta e que uma reforma da ONU é essencial para se encontrar a paz mundial. Para ele, no caso específico do Conselho de Segurança, após 25 anos de debates, "está claro que precisamos buscar soluções inovadoras". "O Brasil fala desse assunto com base em uma experiência que remonta aos primórdios da ONU", observou.