WASHINGTON (Reuters) - John Bolton, ex-secretário de Segurança Nacional de Donald Trump, disse que o presidente dos Estados Unidos é inadequado para o cargo, de acordo com trechos de uma entrevista divulgados nesta quinta-feira, depois que trechos do livro iminente do ex-funcionário graduado revelaram um quadro devastador de seu antigo chefe.
"Não acho que ele seja adequado para o cargo", disse Bolton em uma entrevista à rede ABC News. "Não acho que ele tem competência para realizar o trabalho."
Falcão de longa data da política externa norte-americana que deixou a Casa Branca em setembro, ele acusou o presidente de cometer delitos abrangentes ao buscar da reeleição, incluindo pedir explicitamente a ajuda do presidente chinês, Xi Jinping, de acordo com partes de seu relato dos bastidores.
Trump também demonstrou a disposição de deter investigações criminais para favorecer ditadores dos quais gosta, disse Bolton em trechos publicados em vários grandes jornais na quarta-feira, que alegam acusações de má conduta muito mais vastas do que aquelas que motivaram o inquérito de impeachment de Trump.
Republicano que pleiteia a reeleição no dia 3 de novembro, Trump se enfureceu com as alegações e atacou o caráter de Bolton, rotulando o ex-conselheiro de "mentiroso" e "lesado".
O Departamento de Justiça dos EUA abriu um processo para impedir Bolton de publicar o livro, citando riscos para a segurança nacional, mas a editora Simon & Schuster refutou as acusações e disse que milhares de cópias já foram distribuídas.
Trechos foram amplamente divulgados nos jornais Wall Street Journal, Washington Post New York Times.
No livro de memórias, Bolton citou diversas conversas nas quais Trump demonstrou um "comportamento fundamentalmente inaceitável que erodiu a própria legitimidade da Presidência".
"Na verdade não existe nenhum princípio orientador que eu tenha conseguido discernir, a não ser o que é bom para a reeleição de Donald Trump", disse Bolton à ABC News.
Em junho de 2019, Trump disse a Xi para ir adiante e construiu campos para sua minoria majoritariamente muçulmana uigur e outros grupos muçulmanos, apesar das críticas do governo norte-americano às detenções em massa na China.
Em uma reunião no verão de 2019 em Nova Jersey, Trump fez alguns de seus comentários mais alarmantes até hoje a respeito da mídia, dizendo que jornalistas deveriam ser presos para terem que divulgar suas fontes e que "deveriam ser executados", disse Bolton, segundo um trecho.