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Brasil quer exportar material de defesa para Hungria e Polônia

Publicado 03.05.2019, 17:32
Atualizado 03.05.2019, 17:35
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EMBR3
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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O governo brasileiro inicia uma ofensiva para tentar ampliar as exportações nas áreas de defesa com uma viagem, na semana que vem, do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, a Polônia e Hungria, informou nesta sexta-feira uma fonte do governo brasileiro que participa da preparação da viagem.

A escolha dos dois países --e também da Itália, incluída nesse primeiro roteiro europeu do chanceler-- passa pela afinidade ideológica com nações hoje comandadas por grupos de extrema-direita. Mas, segundo a fonte, inclui a oportunidade comercial em países que precisam ampliar o gasto na área de defesa.

"Hungria e Polônia são membros recentes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e estão empenhados em cumprir a cláusula de chegar a 2 por cento do PIB em gastos de defesa", explicou a fonte.

A Polônia já teria chegado a esse valor, mas planeja ampliar o índice para 2,5 por cento, o que representaria um investimento de cerca de 14 bilhões de dólares por ano. Já a Hungria, ainda não alcançou o índice exigido pela Otan. Ao chegar aos 2 por cento, estaria investindo cerca de 3 bilhões de dólares anuais.

Os dois países tem tido um crescimento constante nos últimos anos e tem recursos para investir, explicou a fonte.

Embrar Defesa e Avibras são duas empresas brasileiras que poderiam negociar com os dois países. A intenção da Embraer (SA:EMBR3) é negociar com ambos o avião militar KC390 --a negociação também acontece com o governo italiano.

"Há uma forte expectativa em relação a isso. Já na aviação civil, 60 por cento da frota da companhia aérea polonesa Lot é de aviões da Embraer", comentou.

No caso dos dois países, admitiu a fonte, são visitas praticamente exploratórias, já que os investimentos brasileiros em ambos e mesmo as trocas comerciais são pouquíssimo representativas. Já com a Itália os investimentos são já maiores.

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Essa é a primeira visita do chanceler a Europa e deixa de lado parceiros comerciais mais tradicionais do Brasil, como Espanha, Alemanha e até Portugal. A fonte admite que existe não apenas uma motivação comercial, mas também uma questão de afinidade política.

"A escolha dos países está ligada a afinidade de posições políticas. Está atenta a uma visão de mundo, mas também foi motivada por uma visão político-comercial", disse a fonte.

Há cerca de duas semanas, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) --filho do presidente Jair Bolsonaro e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara-- esteve na Itália e na Hungria para encontros com primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e com o vice-premiê italiano Matteo Salvini, com a intenção explícita de "afinar o discurso" da nova direita mundial. O próprio presidente já manifestou a intenção de visitar os três países no segundo semestre deste ano.

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