Por Elisabeth O'Leary
EDIMBURGO (Reuters) - O apoio à independência da Escócia cresceu no mês passado depois que a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, se mostrou favorável a uma separação britânica total da União Europeia, mostrou uma pesquisa da empresa BMG para o jornal Herald Scotland divulgada nesta quarta-feira.
A sondagem revelou que 49 por cento dos escoceses apoiam a independência agora --um aumento de três pontos percentuais em relação a uma pesquisa anterior-- e que 51 por cento a rejeitam, contabilizando apenas os votos válidos.
Mas uma maioria --56 a 44 por cento-- ainda se opõe à realização de um novo referendo sobre a independência antes de o Reino Unido sair da UE.
Em 2014, aproximadamente 55 por cento dos escoceses escolheram continuar no Reino Unido, mas o referendo do ano passado que decidiu a separação britânica da UE mudou esse cenário.
O Parlamento regional da Escócia rejeitou os planos de May para a desfiliação do Reino Unido do bloco em uma votação simbólica e sem consequências práticas na terça-feira, em uma demonstração das divisões entre Londres e Edimburgo no tocante ao chamado Brexit.
A maioria dos escoceses votou pela permanência na UE, e o Partido Nacional Escocês, o maior do Parlamento, disse que deveria haver outro referendo de independência se a sua visão do Brexit for rejeitada.
O parlamentar Ross Greer, do Partido Verde Escocês, que apoia o governo nacionalista no tema da secessão, disse à Reuters na segunda-feira que seu país quase certamente está a caminho de uma nova consulta sobre a independência depois que o Reino Unido desencadear o processo formal de desfiliação da UE.
Segundo uma reportagem do jornal Courier, May acredita que a premiê escocesa, Nicola Sturgeon, irá convocar o referendo em duas semanas.
(Reportagem adicional de Alistair Smout em Londres)