Por Josué González e Daina Beth Solomon
CHILPANCINGO, México (Reuters) - Para Ben Yehuda Martinez, chefe dos serviços forenses do Estado mexicano de Guerrero, um dos que mais sofrem com a violência, a celebração do Dia dos Mortos envolve mais do que organizar um altar colorido com flores e fotos.
Significa tentar identificar 428 corpos jamais reivindicados por familiares no cemitério forense do Estado, a maioria deles vítimas de crimes.
"Tentar descobrir suas identidades... esse é o maior reconhecimento que podemos obter no Dia dos Mortos", disse Martinez em uma das mais novas instalações do México para corpos não identificados.
A última contagem oficial de desaparecidos no país chegou a 73.000 neste ano.
Acredita-se que a maioria seja vítima de disputas territoriais entre os cartéis de drogas, lançando uma sombra sobre o feriado tipicamente festivo do Dia dos Mortos nos dias 1 e 2 de novembro.
Para famílias que passam meses ou anos procurando por parentes desaparecidos, a possibilidade de morte costuma ser difícil de aceitar, disse Arturo Gerardo Cervantes, consultor criminal do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC, na sigla em inglês).
"Eles nunca perdem a esperança de encontrar seus entes queridos vivos", disse ele.