Por Susan Cornwell
WASHINGTON (Reuters) - A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos acusará formalmente o ex-presidente Donald Trump nesta segunda-feira de incitar uma insurreição em um discurso incendiário a seus seguidores antes do ataque deste mês ao Capitólio que deixou cinco mortos, marcando o início do segundo processo de impeachment do republicano.
Nove democratas da Câmara que atuarão como procuradores irão ao Senado perto das 19h (horário local) desta segunda-feira levando o artigo de impeachment ao Senado, onde Trump será julgado, apesar de já ter deixado o cargo após a derrota para o democrata Joe Biden nas eleições presidenciais do ano passado.
A ação marcará dois acontecimentos inéditos: Trump é o único presidente norte-americano a sofrer impeachment na Câmara duas vezes e será o primeiro a ser julgado depois de deixar o cargo. Uma condenação no Senado pode resultar em uma votação para impedi-lo de voltar a ocupar cargos públicos.
Líderes do Senado, que está dividido pela metade entre democratas e republicanos, mas onde os democratas têm maioria por causa do voto de desempate da vice-presidente da República e presidente da Casa, Kamala Harris, concordaram em não iniciar o julgamento antes de 9 de fevereiro. Isto dá a Trump mais tempo para preparar uma defesa, e permite à Câmara se concentrar nas prioridades iniciais do presidente Biden, inclusive indicações ao gabinete.
Uma pesquisa Reuters/Ipsos de sexta-feira revelou que 51% dos norte-americanos acreditam que o Senado deveria condenar Trump. O número se dividiu essencialmente de acordo com as filiações partidárias, já que menos de dois em 10 republicanos concordam.