Por Andrew Osborn e Kylie MacLellan
LONDRES (Reuters) - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, apontou sua vitória eleitoral como um forte mandato para renegociar as relações da Grã-Bretanha com a União Europeia, enquanto seu partido proclamou, nesta segunda-feira, uma nova unidade em torno da questão, que tradicionalmente provoca divisões.
Depois de conseguir uma inesperada maioria parlamentar na votação da semana passada, Cameron disse aos parlamentares de seu Partido Conservador que eles haviam conquistado uma vitória famosa na quinta-feira, mas que não havia espaço para complacência.
"Temos um mandato, será difícil, obviamente, mas temos um mandato", disse Cameron ao comentar seus planos de renegociação com a UE, antes de entrar em uma reunião com parlamentares que o ovacionaram e o receberam com a saudação batendo na mesa com punhos fechados.
Cameron deixou claro que uma das prioridades de seu segundo mandato será reformular os laços entre UE e Grã-Bretanha antes de realizar um referendo até o final de 2017 sobre se o país deve permanecer no bloco ou deixá-lo.
A reunião com os parlamentares conservadores aconteceu na sala de um comitê do Parlamento com vista para o rio Tamisa e próxima de um corredor com a foto de ex-primeiros-ministros, como Winston Churchill.
Caso Cameron não tivesse conquistado uma vitória tão enfática, a sala provavelmente seria palco de um movimento contra sua liderança no partido. No entanto, sua legenda de centro-direita poderá agora governar sozinha, após cinco anos de coalizão com os liberais-democratas.
(Reportagem adicional de William James e Mark Trevelyan)