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Campanha de Trump teve ao menos 18 contatos não divulgados com russos, dizem fontes

Publicado 18.05.2017, 09:19
© Reuters. Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington

Por Ned Parker e Jonathan Landay e Warren Strobel

WASHINGTON (Reuters) - Michael Flynn e outros assessores de campanha de Donald Trump mantiveram contato com autoridades da Rússia e outras com laços com o Kremlin através de ao menos 18 ligações e emails durante os últimos sete meses da corrida presidencial de 2016, disseram à Reuters funcionários antigos e atuais dos Estados Unidos a par dos contatos.

As interações até então desconhecidas formam parte do registro sendo analisado no momento pelo FBI e por investigadores do Congresso que apuram a interferência russa na eleição presidencial e os contatos entre a campanha de Trump e a Rússia.

Seis dos contatos anteriormente não revelados descritos à Reuters foram telefonemas entre Sergei Kislyak, embaixador russo para os EUA, e conselheiros de Trump, inclusive Flynn, o primeiro conselheiro de Segurança Nacional do presidente norte-americano, relataram três autoridades antigas e atuais dos Estados Unidos.

As conversas entre Flynn e Kislyak aumentaram após a eleição de 8 de novembro, e os dois debateram a criação de um canal de comunicação informal entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, que contornasse a burocracia de segurança nacional dos EUA, que os dois lados consideravam hostil a uma melhoria nas relações, disseram quatro funcionários em atividade.

Em janeiro, a Casa Branca negou inicialmente qualquer contato com autoridades russas durante a campanha do ano passado. Desde então a Casa Branca e conselheiros da campanha confirmaram quatro encontros entre Kislyak e conselheiros de Trump no mesmo período.

As pessoas que relataram os contatos à Reuters disseram não ter provas de irregularidades ou de conspiração entre a campanha e a Rússia nas comunicações analisadas até agora. Entretanto, a revelação pode aumentar a pressão para que Trump e seus assessores forneçam à Polícia Federal dos EUA e ao Congresso um relato detalhado das interações com autoridades da Rússia e outras ligadas ao Kremlin durante e imediatamente depois da votação de 2016.

A Casa Branca não respondeu a pedidos de comentário. O advogado de Flynn não quis comentar. Em Moscou, uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores se recusou a falar sobre os contatos e encaminhou a Reuters ao governo Trump.

Separadamente, um porta-voz da embaixada russa em Washington disse: "Nós não comentamos nossos contatos diários com os interlocutores locais".

Os 18 telefonemas e mensagens eletrônicas aconteceram entre abril e novembro de 2016, quando hackers realizaram o que, em janeiro, a inteligência norte-americana concluiu ser parte de uma campanha do Kremlin para desacreditar a votação e influenciar seu resultado em favor de Trump em detrimento de Hillary Clinton, sua adversária democrata e ex-secretária de Estado.

As conversas tiveram como foco reparar as relações econômicas EUA-Rússia tensionadas pelas sanções impostas a Moscou, cooperar no combate ao Estado Islâmico na Síria e conter uma China mais assertiva, disseram as fontes.

Membros dos comitês de inteligência do Senado e da Câmara dos Deputados dos EUA procuraram a CIA e a Agência de Segurança Nacional para analisar transcrições e outros documentos relacionados aos contatos entre assessores e associados da campanha de Trump e autoridades russas e outras pessoas ligadas a Putin, afirmaram pessoas familiarizadas com estas investigações à Reuters.

Na quarta-feira o Departamento de Justiça dos EUA disse ter indicado o ex-diretor do FBI Robert Mueller como conselheiro especial para investigar a suposta interferência da Rússia na campanha presidencial norte-americana e uma possível conspiração entre a campanha de Trump e a Rússia. Mueller irá assumir o inquérito do FBI iniciado em julho. Trump e seus assessores vêm negando repetidamente qualquer conluio com Moscou.

© Reuters. Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington

Veteranos de campanhas eleitorais anteriores disseram que alguns contatos com autoridades estrangeiras durante uma campanha não são incomuns, mas que o número de interações entre assessores de Trump e funcionários da Rússia e outros com laços com Putin é excepcional.

"É raro ter tantos telefonemas a autoridades estrangeiras, especialmente para um país que consideramos um adversário ou uma potência hostil", opinou Richard Armitage, ex-vice-secretário de Estado republicano, à Reuters.

(Reportagem adicional de John Walcott em Washington, Natalia Zinets e Alessandra Prentice em Kiev e Christian Lowe em Moscou)

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