Por Alexandra Valencia
QUITO (Reuters) - Os candidatos que disputam a Presidência do Equador concordaram, em um debate realizado na noite de domingo, sobre a necessidade de reforçar a segurança no país andino, mas divergiram sobre como melhorar a economia.
A esquerdista Luisa González, advogada e protegida do ex-presidente Rafael Correa, e o jovem empresário Daniel Noboa disputarão o segundo turno em 15 de outubro. González venceu o primeiro turno com quase 34% dos votos, enquanto Noboa ficou em um surpreendente segundo lugar.
O presidente equatoriano, Guillermo Lasso, convocou eleições antecipadas em maio, quando dissolveu o legislativo para evitar um processo de impeachment. O vencedor ocupará a Presidência até 2025, quando as eleições regulares serão retomadas.
No debate de domingo, ambos os candidatos prometeram ser duros com as gangues do crime organizado, fortalecer as forças de segurança e buscar ajuda internacional para enfrentar a crescente violência.
"Vou recuperar o controle do país", disse González.
Noboa, que estava à frente de González nas pesquisas no mês passado, planeja classificar as gangues como "narcoterroristas" e propôs prisões flutuantes no mar para os presos mais perigosos.
Os candidatos discordaram, no entanto, sobre onde concentrar os investimentos para estimular a economia em dificuldades do Equador, que tem previsão de crescimento de 1,5% este ano e 0,8% em 2024.
González se comprometeu a aumentar a produção de petróleo e reiterou os planos de injetar 2,5 bilhões de dólares de reservas internacionais na economia. Ela também disse que eliminará alguns benefícios fiscais.
Noboa propôs benefícios para empresas que contratam jovens e disse que promoverá investimentos privados em operações de transmissão de eletricidade e refino de petróleo.
No entanto, ele também esclareceu que uma proposta anterior de usar 1,5 bilhão de dólares das reservas internacionais era apenas para os piores cenários.
"Usar as reservas era o plano Z", disse ele. "Se virmos que as pessoas estão enfrentando problemas sérios, com pessoas afetadas pelo fenômeno climático El Niño, usaremos essa quantia como último recurso."