CARACAS (Reuters) - O pastor evangélico Javier Bertucci ignorou nesta quinta-feira pedidos para se retirar da eleição presidencial da Venezuela a fim de apoiar um candidato mais proeminente, dividindo a já fraturada oposição venezuelana.
A maior coalizão formal da oposição da Venezuela está boicotando a eleição presidencial de 20 de maio porque muitos de seus políticos principais estão presos, exilados ou impedidos de se candidatar. A coalizão diz que a votação é um esquema montado para legitimar o presidente Nicolás Maduro.
A decisão deixou espaço para alternativas como Bertucci e o principal desafiante de Maduro, o ex-governador Henri Falcón. Muitos apoiadores da oposição não confiam nos dois candidatos e planejam se abster da votação, mas ter dois candidatos rivais da oposição irá dividir os votos daqueles que irão às urnas.
Falcón começou mais popular, mas Bertucci aparenta estar ganhando terreno em diversas pesquisas recentes de opinião.
“Se eu estivesse certo que devesse sair, que Falcón iria vencer, eu iria sair. Mas este não é o cenário”, disse a repórteres o pastor, cuja campanha tem sido centrada em distribuir sopa para venezuelanos famintos e pregar valores evangélicos.
Falcón também rejeitou a possibilidade de se juntar a Bertucci, argumentando que é ele quem está à frente nas pesquisas.
A campanha de Maduro também irá se beneficiar de auxílios estatais, coerção de funcionários públicos e a formação pró-Maduro do conselho eleitoral.
(Reportagem de Vivian Sequera e Deisy Buitrago)