Por Jose Luis Gonzalez
HUEHUETÁN, México (Reuters) - Centenas de imigrantes, a maioria deles haitianos, começaram nesta terça-feira a volta ao ponto de partida de uma caravana iniciada na véspera, no sul do México, em meio ao cansaço, falta de dinheiro e pouco apoio das autoridades para o deslocamento, o que havia sido acordado na semana passada.
Famílias inteiras, levando seus pertences nas costas, começaram a caminhar os 25 quilômetros que separam Huehuetán de Tapachula, próximo da fronteira do México com a Guatemala, depois que as autoridades notificaram que eles não seriam levados a outras regiões do país de forma imediata, apesar das pressões dos estrangeiros, que fizeram bloqueios de estradas.
"Vou a Tapachula (...) tudo é difícil: acabou o dinheiro, ninguém quer nos ajudar", disse à Reuters Bruno Noel, um imigrante haitiano que caminhava até Tapachula. "Não sei do que vamos viver", acrescentou, visivelmente cansado, levando uma mochila grande nos ombros.
Assim como Noel, outras centenas de imigrantes iniciaram na terça-feira a volta a Tapachula, onde disseram que vão esperar a resposta das autoridades para serem transportados a outras regiões do país para regularizar sua situação migratória e conseguir emprego.
Na semana passada, autoridades mexicanas começaram o traslado em ônibus de milhares de imigrantes que estavam detidos há meses em Tapachula, para outras regiões do país, com a promessa de regularização de sua situação migratória, em meio a pressões com bloqueios de rodovias.
"Bloquear ruas é um delito (...) a partir do momento que seguirem bloqueando ruas, não serão somente imigrantes, vão ser delinquentes", disse a um grupo de imigrantes em Huehuetán Hugo Cuellar, do Instituto Nacional de Migração.
(Reportagem de José Luis González em Huehuetán)