ROMA (Reuters) - Arqueólogos desenterraram um canteiro de obras em Pompeia que joga luz sobre as técnicas de construção usadas pelos romanos para erguer estruturas icônicas como o Coliseu e o Panteão, disse o Ministério da Cultura da Itália nesta segunda-feira.
O canteiro estava provavelmente ativo até a erupção vulcânica do Monte Vesúvio, em 79 d.C., que destruiu Pompeia, no sul da Itália, diz comunicado do ministério.
Os arqueólogos encontraram ferramentas, telhas empilhadas, tijolos, pilhas de cal e pedras usadas para construir paredes.
Os romanos tinham uma técnica original para fazer cimento, disse o ministério, citando descobertas de arqueólogos que trabalharam com pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
Redescoberto apenas no século 16, o sítio de Pompeia tem passado por uma série de atividades arqueológicas recentes com o objetivo de interromper anos de decadência e negligência.
O concreto parece ter sido feito por meio de uma "mistura quente": cal viva era inicialmente misturada com pozolana seca ou cinza pozolânica. A água era adicionada apenas pouco antes das paredes serem erguidas.
Isso significa que durante a construção da parede a mistura de cal, pozolana e pedras ainda estava quente devido a uma reação térmica. Isso ajudava a secá-la mais rapidamente, reduzindo o tempo de construção da estrutura.
Normalmente, cal viva é diluída em água quente muito antes de ser usada na construção.
Gabriel Zuchtriegel, diretor do sítio de Pompeia, disse que as últimas descobertas "nos ajudam a entender muitos aspectos do grande Império Romano, inclusive sobre o uso de concreto".
"Sem concreto, não teríamos nem o Coliseu, nem o Panteão, nem as termas de Caracalla", disse.
Arqueólogos também encontraram jarros de armazenamento de ânforas usados para "extinguir" a cal usada no reboco e também para armazenar outras ferramentas, como pesos de chumbo, usados para erguer uma parede perfeitamente vertical ou enxadas de ferro para preparar a argamassa e trabalhar a cal.
(Reportagem de Cristina Carlevaro)