KIGALI (Reuters) - Um popular cantor de Ruanda conhecido por suas interpretações do hino nacional foi condenado a 10 anos de prisão nesta sexta-feira após ser considerado culpado por conspirar o assassinato do presidente ruandês, Paul Kagame, e de outras autoridades de alto escalão.
Duas outras pessoas também foram consideradas culpadas e presas. A promotoria disse que o acusado trabalhou junto a um grupo de oposição baseado na África do Sul, o Congresso Nacional de Ruanda.
Enquanto o cantor Kizito Mihigo foi condenado a 10 anos de prisão, Cassien Ntamuhanga, jornalista de uma rádio cristã de Kigali, foi condenado a 25 anos e Jaul Dukuzumuramyi, um ex-soldado, a 30 anos de detenção.
Mihigo e Ntamuhanga foram acusados pela promotoria de conspirar com o Congresso nas redes sociais.
O ex-soldado Dukumuremyi foi acusado de ter sido supostamente pago para realizar ataques com granadas em Kigali, enquanto Niyibizi foi acusado de facilitar a transferência do dinheiro para ele, afirmou a promotoria.
Mihigo, um sobrevivente da etnia tutsi do genocídio de 1994 em Ruanda, é famoso por cantar o hino nacional em cerimônias oficiais, incluindo algumas em que o presidente estava presente.
Ele lançou neste ano uma música chamada "Meaning of Death" ("Significado da Morte") que foi proibida pelas autoridades, aparentemente por tocar em temas sensíveis sobre o genocídio, quando 800 mil pessoas da minoria tutsi e moderados da grupo majoritário hutu foram mortos pelos hutus.
"É uma vergonha, não é justiça. Isso é ridículo", disse Ntamuhanga a repórteres enquanto guardas o retiravam do tribunal.
Ele disse que planeja apelar imediatamente da decisão.
(Reportagem de Clement Uwiringiyimana) OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20150227T214318+0000