DUBAI (Reuters) - Confrontos intensos puderam ser ouvidos na capital do Sudão nesta terça-feira, segundo moradores, depois que facções militares que lutam por mais de seis semanas concordaram em estender um acordo de cessar-fogo destinado a permitir que a ajuda chegue aos civis.
O Exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) concordaram em estender um acordo de cessar-fogo de uma semana por cinco dias, pouco antes dele expirar na noite de segunda-feira.
A trégua foi negociada e está sendo monitorada remotamente pela Arábia Saudita e pelos Estados Unidos, que afirmam que ela pode ter sido violada por ambos os lados, mas ainda permitiu a entrega de ajuda a cerca de 2 milhões de pessoas.
"Esperamos que esta trégua seja bem-sucedida, mesmo que seja apenas para parar um pouco a guerra e que possamos voltar às nossas vidas normais. Temos esperança na trégua e não temos outras opções", disse Hind Saber, um homem de 53 anos morador de Cartum.
Horas antes da extensão do acordo de cessar-fogo ser assinada, os moradores relataram combates intensos em todas as três cidades vizinhas em torno da confluência do Nilo -- Cartum, Omdurman e Bahri.
Os confrontos recomeçaram na noite de terça-feira nos arredores das cidades.
Em comunicado, o grupo RSF acusou o Exército de violar o cessar-fogo, dizendo que se defendeu de um ataque e assumiu uma base militar.
A guerra fez com que quase 1,4 milhão de pessoas fugissem de suas casas, incluindo mais de 350.000 que cruzaram para países vizinhos.
(Reportagem de Khalid Abdelaziz, reportagem adicional de Emma Farge)