CARACAS (Reuters) - Candidato presidencial da oposição venezuelana duas vezes, Henrique Capriles pediu o fim de um governo interino criado em 2019 pelo chefe da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, com apoio dos Estados Unidos, de acordo com uma entrevista publicada pela rede BBC nesta quarta-feira.
Guaidó é reconhecido como o líder legítimo da nação por dezenas de países que rechaçaram a reeleição do presidente, Nicolás Maduro, em 2018. Ao mesmo tempo, Guaidó disse que a Constituição o coloca na fila para assumir o poder por ser o chefe do Parlamento.
Mas o Partido Socialista conquistou a maioria dos votos na eleição legislativa de 6 de dezembro, que foi boicotada pela oposição, minando a reivindicação de Guaidó à presidência e aumentando as dúvidas sobre o plano dos EUA de preservar o governo interino.
"O novo governo deveria entender que este plano foi exaurido e que não pode dar continuidade ao status quo: o governo interino", disse Capriles, segundo citação da BBC.
A assessoria de imprensa de Guaidó não quis comentar.
Conselheiros de mídia de Capriles não responderam a um pedido de comentário. O Departamento de Estado norte-americano tampouco respondeu de imediato a um pedido de comentário.
Dizendo se tratar de um "precedente muito complicado", Capriles criticou o plano atual, segundo o qual os membros do Legislativo continuariam a se descrever como parlamentares legítimos mesmo depois de seu mandato de cinco anos terminar no dia 5 de janeiro, noticiou a BBC.
(Por Brian Ellsworth e Vivian Sequera; reportagem adicional de Matt Spetalnick)