RIO DE JANEIRO (Reuters) - As festividades do Carnaval tomam conta do Rio de Janeiro neste sábado, enquanto foliões dançam e bebem em blocos apesar na onda de crime na cidade e o aumento dos casos de febre amarela pelo Brasil.
Mais de 6 milhões de pessoas, incluindo 1,5 milhão de visitantes, são esperados para tomar as ruas do Rio para a celebração anual, que coloca as 13 melhores escolas de samba da cidade umas contra as outras em paradas ornamentadas que podem custar mais de 2 milhões de dólares cada.
Para lançar a "maior festa do mundo" na sexta-feira, autoridades entregaram uma chave brilhante da cidade ao Rei Momo, figura que preside a festa e que, de acordo com a lenda, foi expulso do Monte Olimpo antes de se mudar para o Rio, a chamada "cidade maravilhosa."
Mas as celebrações deste ano ocorrem em meio a uma escalada da violência.
Os ganhos feitos após a polícia começar o programa de "pacificação" em 2008, expulsando gangues de drogas das favelas, tem se desfeito. Uma crise econômica secou fundos e críticos dizem que o governo não cumpriu promessas de avanços sociais para as favelas.
Relatos de tiroteios ficaram em uma média de 22 por dia em janeiro de 2018, acima dos 16 do ano passado, disse o Fogo Cruzado, grupo que rastreia a violência armada no Rio.
Nos últimos dias, uma garota de três anos foi morta em uma tentativa de assalto e um garoto de 13 anos morreu após ser pego no tiroteio entre policiais e traficantes enquanto fazia seu caminho para casa após um jogo de futebol.
"Vivemos com nossos corações dilacerados por tanta violência", disse o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, na sexta-feira, em um evento de inauguração das festividades. "O Carnaval nesse momento é sobre ressurgimento, sobre esperança", acrescentou ele.
O Rio irá aumentar sua força policial para cerca de 17 mil para a festa após o governo federal negar o pedido de tropas para ajudar a reforçar a segurança.
O Brasil também está lutando contra um aumento na febre amarela, doença viral transmitida por mosquitos nas regiões tropicais, com 98 mortes e 353 casos agora confirmados desde julho de 2017.
Mesmo assim, os participantes do festival devem deixar 3,5 bilhões de reais na cidade, com alguns pagando mais de mil dólares por ingressos para assistir às melhores escolas de samba desfilando no Sambódromo.
O Carnaval, cujas raízes estão na tradição da indulgência carnal antes da austera temporada católica romana da Quaresma, acaba oficialmente na próxima quarta-feira.
(Reportagem de Alexandra Alper, reportagem adicional de Rodrigo Viga e Pedro Fonseca) OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20180210T140307+0000