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Carro-bomba mata procurador-geral do Egito no Cairo

Publicado 29.06.2015, 12:02
© Reuters. Local de ataque a comboio do procurador-geral do Egito no bairro de Heliópolis, no Cairo

Por Ahmed Hassan

CAIRO (Reuters) - O procurador-geral do Egito morreu nesta segunda-feira, vítima de um ataque com carro-bomba quando saía de sua casa na capital Cairo, o que representa uma escalada nos atentados de militantes islâmicos contra o Judiciário.

Juízes e outras autoridades governamentais vêm sendo cada vez mais visados por islâmicos radicais que se opõem ao presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, e que se revoltaram com as penas de prisão severas impostas a membros da hoje ilegal Irmandade Muçulmana.

O atentado desta segunda-feira tirou a vida do mais importante funcionário estatal desde que Sisi, ex-chefe do Exército, depôs o presidente islâmico Mohamed Mursi em 2013 em reação aos intensos protestos de rua contra seu governo. Mursi foi condenado à morte este mês por conta de uma fuga em massa de uma prisão em 2011.

A mídia estatal e fontes médicas e jurídicas confirmaram a morte do procurador-geral, Hisham Barakat, em um hospital no distrito residencial de Heliópolis, onde ele havia sido operado horas antes. Mais cedo, o porta-voz do Ministério da Saúde, Hossam Abdel Ghaffar, havia dito que Barakat teve o ombro deslocado e sofreu um corte profundo e uma possível fratura no nariz.

Não há confirmação da autoria do atentado, no qual fontes de segurança disseram que uma bomba em um carro estacionado foi detonada remotamente enquanto a comitiva de Barakat passava. Inicialmente elas haviam declarado que um carro-bomba havia se atirado contra a comitiva. A agência de notícias estatal Mena afirmou que a explosão ainda feriu pelo menos nove outras pessoas, incluindo policiais e civis.

© Reuters. Local de ataque a comboio do procurador-geral do Egito no bairro de Heliópolis, no Cairo

No mês passado, a filial egípcia do grupo militante Estado Islâmico exortou seus seguidores a atacarem juízes, abrindo uma nova frente na insurgência islâmica no país árabe mais populoso do mundo. Em maio, três juízes foram mortos a tiros na cidade de Al-Arish, no Sinai.

Testemunhas contaram que a detonação desta segunda-feira foi forte a ponto de estilhaçar vidraças em vitrines de lojas e casas próximas. Uma grande coluna de fumaça preta e vários carros queimados foram vistos perto de uma fileira de prédios de apartamentos. O local de trabalho de Barakat também foi alvejado no início deste ano, quando uma bomba explodiu próximo da Suprema Corte, no centro do Cairo, matando duas pessoas.

(Reportagem adicional de Omar Fahmy, Ahmed Aboulenein, Lilian Wagdy e Stephen Kalin)

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