Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem o direito de instruir seus assessores a não deporem em inquéritos do Congresso relacionados à investigação sobre a Rússia, disse a Casa Branca em uma carta em que rotula o relatório do procurador especial Robert Mueller como defeituoso.
Em uma carta de 19 de abril ao secretário de Justiça dos EUA, William Barr, obtida pela Reuters nesta quinta-feira, o conselheiro legal da Casa Branca, Emmet Flood, disse que a decisão de Trump de permitir que assessores cooperem com o inquérito Mueller não se estende às investigações congressuais de supervisão.
"É uma coisa um presidente incentivar a cooperação e a transparência completas em uma investigação criminal realizada sobretudo dentro do Poder Executivo. É outra coisa bem diferente permitir que seus assessores compareçam perante o Congresso...", disse a carta.
A carta foi entregue a Barr um dia depois da divulgação do relatório Mueller, no qual o procurador especial determinou que Trump não conspirou com a Rússia durante a campanha presidencial de 2016, mas chamou atenção por não dizer se o presidente cometeu obstrução de justiça.
A carta de Flood disse que o próprio relatório Mueller sofre de "um defeito legal extraordinário". De acordo com a lei relevante, afirma a carta, Mueller deveria ter opinado se seria o caso de abrir um processo ou não.
Em vez disso, Mueller produziu "uma curiosidade processual – em parte relatório da 'comissão da verdade, em parte prova de faculdade de Direito".