LONDRES (Reuters) - Uma série de cartas potencialmente constrangedoras enviadas pelo príncipe Charles, da Grã-Bretanha, a ministros de governo entre 2004 e 2005 serão publicadas na quarta-feira, medida que pode levar ao questionamento da neutralidade política do futuro rei.
Durante muito tempo o governo britânico impediu a divulgação do que classificou como cartas "particularmente francas", mas o veto à sua publicação foi declarado ilegal pela Corte de Apelações no ano passado, decisão mantida pela Suprema Corte em março.
As 27 cartas aos titulares de sete departamentos governamentais foram apelidadas de ‘memorandos da aranha negra' por causa da letra rebuscada do príncipe.
Elas serão publicadas, com algumas omissões, depois de um veredicto de terça-feira do Tribunal Superior da Câmara Administrativa de Apelações da Grã-Bretanha afirmando que elas devem ser liberadas na quarta-feira.
Elas serão entregues ao jornal Guardian, que lutou nos tribunais durante uma década até obter as cartas endereçadas aos ministros do então primeiro-ministro Tony Blair.
(Reportagem de Stephen Addison)