WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está "preocupado" com uma série de novas restrições eleitorais abrangentes aprovadas no Estado da Geórgia, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, nesta sexta-feira.
O presidente democrata receia que a nova lei sancionada na quinta-feira pelo governador republicano, Brian Kemp, impeça as pessoas de levarem água aos eleitores nas filas, reduza os horários de funcionamento de zonas eleitorais e limite o uso de votos pelo correio, explicou ela.
"Não existe nada mais precioso do que o direito de votar e se pronunciar", disse Psaki aos repórteres, acrescentando que acredita que o próprio Biden fará um pronunciamento sobre o assunto em breve.
"Não deveria ser mais difícil, deveria ser mais fácil votar. Não deveríamos adotar limitações. As pessoas deveriam poder votar em casa. Deveria poder usar votos pelo correio. Deveria haver uma variedade de restrições a serem desfeitas, não readotadas".
Ela também expressou apoio a esforços de congressistas democratas para aprovar uma legislação federal de direito ao voto e de reforma eleitoral – que já se deparam com uma oposição republicana forte.
A nova lei da Geórgia imporá novos limites, como exigências de identificação mais rigorosas, a restrição do número de urnas, a concessão de poder a parlamentares para que assumam eleições municipais e o encurtamento do período de votação antecipada em todas as eleições de dois turnos. Oferecer alimento e água a eleitores em fila agora será considerado uma contravenção.
Kemp disse que não se desculpa por "dar mais um passo para tornar nossas eleições justas e seguras", mas oponentes descrevem a lei como uma das tentativas mais prejudiciais vistas no país para limitar o acesso às urnas e concebida para reduzir a influência de eleitores negros.
Uma parlamentar negra da Geórgia, Park Cannon, foi presa e solta depois de bater na porta do escritório de Kemp quando ele assinava a lei.
Psaki disse que qualquer um que assistisse ao vídeo da prisão ficaria "profundamente preocupado" com as ações das forças de segurança.
Poucos meses atrás, democratas comemoraram vitórias históricas na eleição presidencial e em duas campanhas ao Senado na Geórgia que ajudaram a garantir o controle do partido na Casa Branca e no Senado dos EUA.
Outras legislaturas estaduais comandadas por republicanos estão pleiteando restrições ao voto em Estados essenciais, como Flórida e Arizona, desde que o ex-presidente republicano Donald Trump atribuiu sua derrota a Biden a alegações incomprovadas de fraude eleitoral maciça.
(Reportagem de Steve Holland e Trevor Hunnicutt)