WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ganhou um procedimento de arbitragem contra a atriz pornô Stormy Daniels, disse sua porta-voz na quarta-feira, um dia depois de a atriz processar Trump para ter o direito de falar sobre o "relacionamento íntimo" que ela afirma que os dois tiveram.
Um advogado de Trump apresentou a ordem de arbitragem contra Stormy na semana passada visando uma medida cautelar para "calá-la" e "proteger o senhor Trump", segundo a ação civil da atriz.
Stormy, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford, diz estar adotando ações legais para poder falar abertamente sobre seu relacionamento com o presidente sem medo de uma retaliação nos tribunais.
Stephanie é uma de várias mulheres que se pronunciaram sobre encontros sexuais com Trump, que negou as acusações. A ação civil sustenta que Trump e seu advogado, Michael Cohen, fizeram um esforço orquestrado para silenciá-la durante mais de um ano.
De acordo com a ação, Trump nunca assinou um acordo de sigilo acertado entre Cohen e Stephanie para que ela não revelasse o suposto caso.
O fato de Trump não ter firmado o "acordo de silêncio" torna o pacto inválido, e ela está livre para falar sobre a relação, afirma a ação.
O romance entre Stephanie e Trump começou em 2006, não muito tempo depois de a esposa do presidente, Melania, dar à luz o filho do casal, e se estendeu por boa parte de 2007, segundo o processo.
A Reuters não conseguiu confirmar de forma independente nenhuma das alegações. Trump nega ter tido um caso com a atriz.
"O presidente tratou dessas (alegações de Stephanie) diretamente e deixou muito claro que nenhuma dessas alegações é verdadeira", disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, em um boletim à imprensa.
"Este caso já foi resolvido na arbitragem, e para qualquer coisa além disso eu encaminharia vocês ao conselho externo do presidente".
O advogado de Stephanie, Michael Avenatti, disse que ela recebeu ameaças de Cohen e de outros de que seria alvo de penalidades legais de 1 milhão de dólares se falasse sobre Trump depois de assinar o acordo de silêncio.
"Minha cliente quer uma oportunidade de contar sua história, de dizer a verdade sobre o que aconteceu", disse Avenatti à rede CNN.
Cohen disse ter pago 130 mil dólares de seu próprio bolso à atriz em outubro de 2016, dias antes da eleição presidencial dos EUA. A ação civil de Stephanie afirma que o pagamento foi parte do acordo para silenciá-la.
Lawrence Rosen, advogado de Cohen, confirmou que seu cliente obteve uma ordem de um árbitro que proíbe a atriz de revelar informações confidenciais cobertas pelo acordo de sigilo.
(Por Steve Holland; Reportagem adicional de Andrew Hay)